30/Sep/2024
O movimento de alta nos preços do milho que, até a semana passada, vinha se sustentando em apenas partes das regiões, é verificado agora em praticamente todas as regiões. O impulso vem sobretudo da retração de vendedores, que estão priorizando os trabalhos de campo e atentos ao clima quente e seco em partes das regiões produtoras da safra de verão (1ª safra). Ressalta-se que muitos agricultores já finalizaram a colheita da 2ª safra de 2024 neste mês e conseguiram armazenar a produção. Agora, esses agentes limitam a oferta no spot, à espera de novas valorizações. Por outro lado, o baixo ritmo das exportações brasileiras e o avanço da colheita nos Estados Unidos podem conter as altas. Demandantes, por sua vez, têm aumentado as indicações de compra, mas esbarram nos maiores preços pedidos pelos vendedores ativos. Nesse cenário, o ritmo de negócios está lento no mercado spot nacional. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 63,57 por saca de 60 Kg, elevação de 2% nos últimos sete dias. Nos últimos sete dias, as altas são de 1,7% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 1,6% no mercado de lotes (negociações entre as empresas).
Na B3, preocupações com a oferta para os próximos meses elevam os futuros. Nos últimos sete dias, o contrato Novembro/2024 registra avanço de 1,9%, cotado a R$ 68,17 por saca de 60 Kg; o vencimento Janeiro/2025 tem alta de 2%, para R$ 70,76 por saca de 60 Kg. A semeadura da safra de verão (1ª safra 2024/2025) vem avançando nas principais regiões, favorecida pelo retorno das chuvas na Região Sul do País. Até o dia 22 de setembro, 16,2% da área nacional havia sido semeada, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No Paraná, dados do Departamento de Economia Rural (Seab/Deral) indicam que, até o dia 23 de setembro, as regiões de Ponta Grossa e de Guarapuava contavam com 85% e 70% das respectivas áreas semeadas; a média estadual de semeadura está em 60%. Por enquanto, a produção é estimada em 2,6 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, dados da Emater-RS mostram que, até o dia 26 de setembro, a semeadura da safra de verão (1ª safra 2024/2025) chegou a 49% da área, avanço semanal de 6%, com as lavouras apresentando desenvolvimento satisfatório.
Em Santa Catarina, a Conab relata que 22% da área esperada foi semeada, e a maior parte das lavouras apresenta desenvolvimento satisfatório, com exceção do extremo oeste do Estado, onde o déficit hídrico ainda preocupa. O ritmo de negócios e os envios brasileiros ao exterior seguem enfraquecidos. Nem mesmo a valorização do dólar e a alta nos preços nos portos brasileiros intensificam as efetivações. Nos últimos sete dias, os preços do milho nos portos de Paranaguá (PR) e de Santos (SP) apresentam alta de 1,1% e 1%, respectivamente. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), considerando-se os primeiros 15 dias úteis de setembro, foram embarcadas 4,69 milhões de toneladas de milho, praticamente a metade do volume escoado em setembro/2023 (com 20 dias úteis), de 8,74 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, os futuros iniciaram a semana passada em alta, impulsionados por expectativa de chuvas em regiões produtoras daquele país, que podem atrasar a colheita.
No entanto, a demanda internacional enfraquecida, a queda nos preços de petróleo nos Estados Unidos e a colheita neste país limitaram os aumentos. Com isso, na Bolsa de Chicago, os contratos Dezembro/2024 e Março/2025 apresentam valorização de 1,8% e 1,6% nos últimos sete dias, a US$ 4,13 por bushel e a US$ 4,31 por bushel, respectivamente. No relatório semanal Crop Progress divulgado no dia 23 de setembro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que 14% da área foi colhida no país, contra 9% na semana anterior e 13% no mesmo período de 2023. Na Argentina, estimativas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires para a safra 2024/2025 indicam que, apesar da redução de 1,3 milhão de hectares, devido a preocupações com o clima e com a cigarrinha-do milho, a produção deverá aumentar 1%, totalizando 47 milhões de toneladas. Quanto à semeadura, até o dia 26 de setembro, havia somado 10,5% da área nacional. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.