27/Sep/2024
Segundo a Hedgepoint, a China não deve importar, este ano, o mesmo volume de milho que internalizou no ano passado, apesar de previsões iniciais apontarem para um mesmo nível de grão adquirido do exterior este ano ante 2023. Por consequência, as exportações do grão por parte do Brasil e dos Estados Unidos, os principais fornecedores ao gigante asiático, também não devem alcançar o desempenho de 2023, fator de pressão para os preços, diante de safras fartas do grão em ambos os países. Um dos motivos do recuo chinês quanto às compras externas do cereal são as sucessivas safras recordes produzidas no próprio país.
Para o ciclo 2023/2024, esperava-se uma produção de 288,8 milhões de toneladas de milho, aumento de 4% ante os 277,2 milhões de toneladas de 2022/2023. Para 2024/25, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou a colheita de milho na China em 292 milhões de toneladas, a quarta safra recorde consecutiva. Outra razão para esta desaceleração nas importações pode ser o fato de o país estar se concentrando mais no lado da soja do que no milho. Além disso, a expectativa de boa colheita de milho no Brasil e nos Estados Unidos deverá inundar o mercado com milho disponível, empurrando os preços para baixo, o que poderá levar o governo chinês a esperar que os preços à vista caiam.
A China reduziu seu ritmo de compra de milho em 2024 ante 2023. Em 2023, de acordo com a alfândega chinesa, o país havia recebido 8,7 milhões de toneladas contra os 3,3 milhões de toneladas recebidas este ano, o que representa apenas 38% do volume de 2023. O Brasil, por exemplo, principal fornecedor de milho à China, exportou apenas 17 milhões de toneladas até o fim de agosto/2024, volume 30% menor ante os 25 milhões de toneladas enviadas ao exterior em igual período do ano passado. Em relação aos Estados Unidos, os embarques de milho somaram, até agosto/2024, 2,77 milhões de toneladas, ante 4,55 milhões de toneladas em 2023, ou 29% menos. Assim, todos os fatores indicam que a China não conseguirá importar tanto como nos anos anteriores.
Restam apenas quatro meses para terminar o ano e, se comparar os números, também estão muito aquém de 2023. As importações de milho para a China em setembro de 2023 foram de 4,25 milhões de toneladas, mas até agora neste ano estão em 0,27 milhão de toneladas. Com base no atual ritmo de importações da China e o seu efeito no Brasil e nos Estados Unidos, deve haver um superávit de milho nos balanços de oferta e demanda desses países. Considerando que este ano a safra do Brasil e dos Estados Unidos será grande, parece que o mercado será inundado de milho, o que deverá pressionar os preços, a fim de incentivar os compradores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.