23/Sep/2024
A semeadura da safra de verão de milho começa a ganhar ritmo nas principais regiões produtoras do País, mesmo diante das adversidades climáticas registradas nas últimas semanas. Quanto aos preços, com a demanda externa desaquecida, parte dos vendedores está mais flexível. Assim, enquanto os valores apresentam quedas em praças consumidoras, seguem firmes em outras regiões. Até o dia 15 de setembro, a semeadura da safra 2024/2025 de milho alcançou 12% da área nacional, contra 9,7% na semana anterior e 15% no mesmo período de 2023. Os trabalhos de campo se concentram nos três estados do Sul do País. No Paraná, o cultivo está atrasado em relação ao ano passado. 46% da área destinada ao cereal na safra de verão havia sido semeada até a data, acima dos 29% da semana anterior, mas abaixo dos 58% registrados em 2023.
No Rio Grande do Sul, o desenvolvimento das plantas está satisfatório e que a semeadura chegou a 43% da área estadual, contra 48% do ano anterior. Em Santa Catarina, parte das lavouras tem sido prejudicada pelo déficit hídrico e pela incidência de cigarrinha-do-milho; e 5% da área havia sido semeada até o dia 5, abaixo dos 23% de 2023. A melhora no andamento da safra de verão, a redução na demanda internacional e as desvalorizações externa e do dólar resultaram em diminuição no interesse de aquisição de compradores domésticos. Com isso, na região de Campinas (SP), referência para o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, o milho teve recuo para R$ 62,31 por saca de 60 Kg, baixa de 1,9% em sete dias. No entanto, também nos últimos sete dias, considerando-se a média das praças acompanhadas, foram registradas altas de 1,2% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 0,3% no disponível (negociações entre as empresas).
Na B3, os contratos acumularam variações distintas, já mostrando divergências antes de definições mais concretas sobre a produção. Em sete dias, o contrato Novembro/2024 avançou 0,41%, fechando a R$ 66,88 por saca de 60 Kg. Já o vencimento Janeiro/2025 se desvalorizou 0,5%, para R$ 69,33 por saca de 60 Kg. A Conab divulgou perspectivas para a temporada 2024/2025. Especificamente para safra verão, que, atualmente, está sendo semeada, foi apontada redução de 3% na área, mas aumento de 5% na produtividade, o que deve gerar 23,35 milhões de toneladas, volume 1,7% superior ao da temporada 2023/2024. Já para a segunda e terceira safras, a estimativa é de área 1% maior, o que fará a produção da segunda subir para 94 milhões de toneladas e a da terceira, para 2,4 milhões de toneladas, respectivos aumentos de 4% e 0,3% entre 2023/2024 e 2024/2025.
No agregado, a produção será de 119,8 milhões de toneladas, incremento de 3,6%. Para o consumo interno, a Conab aponta elevação de 3,3%, estimado em 87 milhões de toneladas, sustentado pelas procuras aquecidas por parte de usinas de etanol e do setor de proteína animal. Com isso, a exportações devem somar 34 milhões de toneladas, 5,6% menores que as da safra anterior. As negociações nos portos brasileiros voltaram a se enfraquecer, devido às desvalorizações externas do dólar. Os preços nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP) caíram respectivos 0,1% e 1,5% em sete dias. O dólar recuou 3,4% no mesmo período. No acumulado de setembro (dez dias úteis), foram embarcadas 3,07 milhões de toneladas de milho, representando apenas 35% de todo o volume escoado em setembro de 2023.
Nos Estados Unidos, os preços iniciaram a semana em alta, sustentados pelo aumento do petróleo, mas voltaram a recuar, pressionados pelo avanço da colheita naquele país e pela expectativa de safra robusta. Na Bolsa de Chicago (CME Group), os contratos Dezembro/2024 e Março/2025 recuaram 0,06% em sete dias, fechando a US$ 4,05/bushel e a US$ 4,24/bushel, respectivamente. No relatório semanal Crop Progress, o USDA indicou que 9% da área foi colhida nos Estados Unidos, contra 5% na semana anterior e 8% no mesmo período de 2023. Na Argentina, a Bolsa de Cereales apontou que a semeadura da temporada 2024/2025 chegou a 7,1% da área nacional. O avanço é reflexo das chuvas no início do mês, que auxiliaram a semeadura nas regiões de Santa Fé, Entre Rios e Buenos Aires. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.