19/Sep/2024
Segundo o Itaú BBA, a área plantada com milho no Brasil para a safra de verão (1ª safra 2024/2025) pode sofrer redução significativa, com uma parte sendo destinada ao cultivo de soja. A mudança está ligada ao atraso das chuvas, à influência do fenômeno climático La Niña e à deterioração da relação de troca entre fertilizantes e o cereal. A relação de troca entre fertilizantes e o cereal segue piorando desde o fim de maio. Esse cenário tem pressionado os agricultores a tomarem decisões mais tardias sobre o plantio. Diante dessas incertezas, o atraso no início do ciclo de plantio deve diminuir a área destinada ao milho e favorecer a soja.
Além dos desafios climáticos, a logística de exportação também enfrenta problemas. A seca nos rios Madeira e Tapajós, fundamentais para o escoamento de grãos pelo Arco Norte, está comprometendo o transporte das barcaças, aumentando o tempo de espera nos portos e reduzindo a capacidade de exportação do milho. A queda dos níveis dos rios está atrapalhando a logística de exportação de milho pelo Arco Norte. A exportação brasileira de milho também tem sentido o impacto da menor oferta interna e da ausência da China como um grande comprador.
Entre fevereiro e agosto de 2024, o Brasil exportou 13,1 milhões de toneladas, uma queda de 31% em relação ao mesmo período de 2023. Essa retração reflete a menor competitividade do milho brasileiro frente ao produto norte-americano, que tem sido mais atrativo no mercado global. Apesar dessas dificuldades, o mercado interno tem registrado preços firmes. Em setembro, o milho apresentou alta de 4% em Campinas (SP), atingindo R$ 62,00 por saca de 60 KG. A valorização externa somada à depreciação do Real resulta em elevação da paridade de exportação, o que acaba sustentando os preços internos.
Nos Estados Unidos, a safra de milho segue em bom ritmo, com 5% dos campos já colhidos, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A produção norte-americana foi revisada para cima, alcançando 385,73 milhões de toneladas, o que moderou o movimento de alta na Bolsa de Chicago, mesmo com uma boa demanda pelo cereal. Com o atraso no plantio da safra de verão (1ª safra 2024/2025), as perspectivas para o milho 2ª safra de 2025 também são de risco. O mercado interno pode ficar “mais nervoso”, com abastecimento ajustado até a 2ª safra de 2025. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.