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09/Sep/2024

Tendência de alta para preços domésticos do milho

Atentos às recentes valorizações externa e interna e preocupados com o clima nas principais regiões produtoras da safra de verão (1ª safra 2024/2025) do Brasil, os vendedores vêm limitando o volume de milho ofertado no mercado. A semeadura da safra de verão (1ª safra 2024/2025) já foi iniciada na Região Sul do País, maior produtora neste período, mas as altas temperaturas nos últimos dias e a falta de chuvas neste ano podem atrapalhar os trabalhos de campo. Vale lembrar também que as áreas da safra verão (1ª safra 2024/2025) no Paraná e no Rio Grande do Sul devem ser, respectivamente, 10% e 7,5% menores que as de 2023/2024, segundo estimam o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) e a Emater-RS. Do lado da demanda, a procura internacional pelo milho brasileiro tem se aquecido, sustentada pela maior paridade de exportação. Os compradores internos também têm retomado as negociações, seja para recompor estoques e/ou por temerem que valorizações ocorram nos próximos dias. Mas, estes agentes esbarram nos maiores valores pedidos por vendedores.

Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), os preços apresentam alta de 0,6%. No mercado de lotes (negociação entre empresas), a alta é de 2%. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra avanço de 2,7% nos últimos sete dias, cotado a R$ 61,89 por saca de 60 Kg. Na B3, nos últimos sete dias, o contrato Setembro/2024 tem alta de 2,6%, cotado a R$ 62,70 por saca de 60 Kg e o Novembro/2024 registra avanço de 3,3%, a R$ 65,74 por saca de 60 Kg. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques de milho somaram 6,06 milhões de toneladas e agosto, praticamente o dobro das 3,55 milhões escoadas em julho, mas ainda 35% inferiores aos de agosto/2023. De fevereiro a agosto, foram exportadas 13,63 milhões de toneladas, ainda bem abaixo do volume estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a temporada 2023/2024 (de fevereiro/2024 a janeiro/2025), de 36 milhões de toneladas.

Nos portos brasileiros, os valores do milho estão em alta, impulsionados pela demanda externa mais aquecida e pela alta das referências internacionais. Nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), o avanço nos preços do milho é de 1,5% e 4,2%, respectivamente. Ressalta-se que a alta é limitada pela desvalorização de 0,7% do dólar frente ao Real. Segundo dados da Conab divulgados no dia 2 de setembro, a colheita da 2ª safra de 2024 chegou a 99,1% da área nacional, avanço semanal de 1,2%, mas atraso anual de 9,9%. O Estado que ainda tem mais áreas para serem colhidas é Mato Grosso do Sul, restando 3,1% das lavouras até o dia 30 de agosto, segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). Para a safra verão (1ª safra 2024/2025), apesar das preocupações com o clima, no Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indica que 18% da área havia sido semeada até o dia 2 de setembro, considerável avanço de 17% em relação à semana anterior, mas ainda abaixo dos 26% registrados em 2023.

Em Santa Catarina, o período ideal de semeadura, de acordo com Epagri-Cepa, é o mês de setembro, e a estimativa é de que 268 mil hectares sejam cultivados, 9% a menos que no ano passado, devido aos ataques da cigarrinha-do-milho e ao aumento da área com soja. Ainda assim, produção deve crescer 12% e somar 2,2 milhões de toneladas, favorecida pelo aumento de 23% na produtividade. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, o ritmo de semeadura tem variado conforme as condições da umidade do solo. Os maiores avanços são observados nas regiões próximas ao Rio Uruguai, onde o risco de geadas é menor. Preocupações com as safras do Brasil, da Argentina e dos Estados Unidos elevam os preços externos. No Brasil, o tempo quente e seco nas principais regiões preocupa, enquanto na Argentina é a incidência da cigarrinha-do-milho que tem deixado agricultores em alerta.

Nos Estados Unidos, o tempo no Meio Oeste está quente e seco, o que pode prejudicar a qualidade das lavouras. Na Bolsa de Chicago, o contrato Setembro/2024 registra forte alta de 4,9% nos últimos sete dias, cotado a US$ 3,90 por bushel. O contrato Dezembro/2024 tem avanço de 3,7% no mesmo período, a US$ 4,10 por bushel. Em relatório semanal, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou que 65% das lavouras de milho do país estavam em condições boas e excelentes até 1º de setembro, mesmo percentual da semana anterior. Da safra, 19% estão maduras, contra 15% no mesmo período do ano passado; 60% formaram dentes; e 90% formaram grãos. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontou que a colheita foi finalizada na semana passada, e a produção foi de 46,5 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.