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02/Sep/2024

Tendência de alta nos preços domésticos do milho

A demanda por milho para exportação está mais aquecida nos últimos dias. Esse cenário e as valorizações externa e do dólar sustentam os preços do cereal nos portos. Nos últimos sete dias, nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), as cotações registram avanços de 2,3% e 1,6%, respectivamente. Quanto às exportações brasileiras, ainda seguem em ritmo inferior ao verificado no ano passado. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, na parcial de agosto (até final da semana passada), o Brasil havia escoado 4,6 milhões de toneladas de milho, com média diária de embarque de 270,75 mil toneladas, 33% abaixo da registrada em agosto/2023. Nesse ritmo, as exportações podem encerrar agosto em 5,95 milhões de toneladas, ante as 9,36 escoadas no mesmo mês de 2023. A expectativa é de que os embarques aumentem nas próximas semanas e que a disponibilidade interna diminua, apesar da menor produção em 2023/2024, o excedente interno ainda é considerado elevado.

No entanto, a diferença expressiva entre os preços interno e externo pode limitar as negociações nos portos e, consequente, as altas nas cotações domésticas. Em agosto, a média do milho no Porto de Paranaguá esteve cerca de 25% acima do valor negociado para o primeiro contrato em aberto na Bolsa de Chicago. Além disso, a colheita nos Estados Unidos também pode reduzir o interesse pelo cereal brasileiro. Os preços do milho no spot nacional estão firmes, influenciados pela retração de parte dos vendedores, que, por sua vez, estão atentos às valorizações nos portos e aos possíveis repasses ao mercado interno. Muitos produtores começam a elevar as cotações pedidas em novos negócios, enquanto outros comercializam apenas lotes para exportação. Do lado da demanda, parte dos consumidores já indica ter dificuldades em novas aquisições. Nos últimos sete dias, os valores no mercado de balcão (preço pago ao produtor) apresentam alta de 1,1% e, no mercado de lotes (negociação entre empresas), a alta é de 0,4%.

O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP), tem avanço 0,2% nos últimos sete dias, a R$ 60,27 por saca de 60 Kg. Na B3, o vencimento Setembro/2024 está cotado a R$ 61,10 por saca de 60 Kg, alta de 1% nos últimos sete dias. O contrato Novembro/2024 apresenta valorização de 0,35% no mesmo período, a R$ 63,62 por saca de 60 Kg. Restando cinco Estados para finalizar a colheita da 2ª safra de 2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que, até o dia 25 de agosto, a média nacional colhida era de 97,9%, avanços semanal e anual de 1,5% e de 13,9%, respectivamente. Para os estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais, os trabalhos de campo chegaram a 87%, 98% e 95%. No Paraná, até o dia 26 de agosto, a área colhida estava em 99%, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Em Mato Grosso do Sul, a colheita chegou a 94,4% da área até o dia 23 de agosto, conforme a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).

Estimativas do Deral/Seab indicam que, no Paraná, a área da safra de verão (1ª safra 2024/2025) deve ser de apenas 270 mil hectares, redução de 10% frente à temporada anterior, devido à preferência pela soja. No entanto, a maior produtividade pode garantir aumento de 6% na produção, a 2,7 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, a área a ser destinada para o cereal pode somar 748,51 mil hectares, queda de 7,5% na comparação com a temporada anterior, mas, também neste caso, o aumento na produtividade, de 26% entre as safras, permitirá uma produção de 5,32 milhões de toneladas, elevação de 18% em relação a 2023/2024. Nos Estados Unidos, os preços iniciaram a semana passada em queda, pressionados pela expectativa de ampla oferta no país, por conta da proximidade da colheita. No entanto, as baixas foram interrompidas pela indicação de redução na qualidade das lavouras norte-americanas e pela melhora na demanda para exportação.

Na Bolsa de Chicago, o contrato Setembro/2024 registra leve alta de 0,07% nos últimos sete dias, a US$ 3,71 por bushel. O contrato Dezembro/2024 apresenta avanço 0,64% no período, a US$ 3,96 por bushel. Segundo o USDA, 65% das lavouras de milho dos Estados Unidos estavam em condições boas e excelentes até o dia 25 de agosto, contra 67% na semana anterior. Da safra norte-americana, 11% estavam maduras, contra 8% no mesmo período no ano passado; 46% formaram dentes, mesmo número de período equivalente de 2023; e 84% formaram grãos, contra 85% há um ano. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires calcula que 99,3% da área total estimada já tenha sido colhida, avanço semanal de 0,6%. A semeadura das primeiras áreas da temporada 2024/2025 foi iniciada na semana passada, ainda com produtores aguardando maiores volumes de chuvas e receosos com a proliferação de pragas, como a cigarrinha. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.