22/Aug/2024

As negociações com milho, enfraquecidas em algumas regiões do Brasil nos últimos dias, podem avançar a partir de setembro, quando a demanda deve se intensificar. Setores como o de ração animal e etanol tendem a intensificar as compras no próximo mês e a perspectiva é que as exportações ganhem ritmo em outubro. No momento, muitos produtores estão relutantes em vender, uma vez que os preços atuais não cobrem os custos de produção.

O primeiro indício de mudança no mercado deve ser observado com o término da colheita da 2ª safra de 2024, prevista para este final de semana. É uma safra significativamente menor. Na B3, a cotação de setembro está em torno de R$ 60,00 por saca de 60 Kg, enquanto em janeiro o valor sobe para R$ 66,00 por saca de 60 Kg, uma diferença de 10%. O milho tem potencial para reagir. O mercado interno está comprador, e há navios programados para embarque, o que pode favorecer os prêmios.

No Rio Grande do Sul, na região de Santo Ângelo, os preços do milho no mercado spot seguem estáveis há 15 dias. Os compradores indicam R$ 66,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em setembro, mas os vendedores indicam R$ 68,00 por saca de 60 Kg, o que vem travando o mercado. O produtor que tem estoque não quer vender, pois espera por um preço maior.

Em Mato Grosso, na região de Sinop, o mercado do cereal é lento. os compradores indicam R$ 40,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias, mas os produtores querem R$ 45,00 por saca de 60 Kg. Os valores se mantêm estáveis nos últimos dias. Para 2ª safra de 2025, os compradores indicam R$ 45,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em agosto e pagamento em setembro. Há registro de negócio pontuais para a indústria de etanol. O mercado de milho no spot e futuro segue travado.