ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

22/Jul/2024

Tendência de baixa do milho com avanço da colheita

Enquanto a colheita de milho da 2ª safra de 2024 registra ritmo adiantado em relação à temporada anterior, a comercialização do cereal no mercado spot está lenta. Os consumidores, de modo geral, priorizam o recebimento de milho negociado antecipadamente e/ou adquirem apenas lotes pontuais para o curto prazo. As aquisições estão reduzidas desde o início de julho. A colheita em Mato Grosso e no Paraná, dois principais Estados produtores de 2ª safra, já ultrapassa a metade das respectivas áreas. No entanto, dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que a comercialização da safra 2023/2024 soma 45% da produção esperada, abaixo dos 53% registrado no mesmo período do ano anterior. No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indica que 14% já foram vendidos, e, apesar de estar acima dos 8% registrados em 2023, está abaixo dos 17% da média dos últimos cinco anos.

Com a produção elevada, o baixo ritmo de negócios, a demanda internacional enfraquecida e o déficit nacional de armazenagem, contexto já observado em safras anteriores, a necessidade de venda por parte de alguns produtores está maior, sendo reforçada conforme a colheita avança. Nesse cenário, os preços seguem em queda. Nos últimos sete dias, as baixas são de 0,4% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 0,7% no mercado de lotes (negociações entre as empresas). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra leve aumento de 1,3% no mesmo período, a R$ 57,24 por saca de 60 Kg, influenciado pela retração de parte dos produtores de São Paulo. Na B3, impulsionados pela valorização do dólar e pela expectativa de demanda mais aquecida nos portos a partir de agosto, os contratos futuros estão em alta.

O vencimento Setembro/2024 tem avanço de 1,15% nos últimos sete dias, passando para R$ 58,26 por saca de 60 Kg. O vencimento Novembro/2024 registra alta de 1,6%, a R$ 62,23 por saca de 60 Kg. Nem mesmo a colheita acelerada tem melhorado o ritmo dos embarques nacionais. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, nos 10 primeiros dias úteis de julho, a média diária de embarques esteve 58% menor que a registrada em julho de 2023. Neste período, foram embarcadas apenas 848,55 mil toneladas de milho, representando 20% de todo o volume escoado em julho/2023 (4,2 milhões de toneladas). Para o acumulado de julho, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estima que as vendas externas fiquem próximas das do mesmo mês do ano anterior, variando de 4,3 milhões de toneladas a 4,71 milhões de toneladas.

Quanto aos preços no spot, nos últimos sete dias, há pequena queda 0,9% no Porto de Paranaguá (PR), mas leve avanço de 0,6% no Porto de Santos (SP). Após as chuvas terem limitado os trabalhos de campo, o tempo firme voltou a acelerar a colheita. Em alguns Estados, os produtores já sinalizam entrar na reta final. Até o dia 14 de julho, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a média nacional colhida da 2ª safra de 2024 estava em 74,2% da produção esperada, avanço semanal de 13,1% e ainda bem acima dos 39,3% registrados há um ano. Em Mato Grosso, de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), até o dia 12 de julho, foram colhidos 89,96% da área estadual. No Paraná, a colheita chegou a 67% da área, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) do dia 15 de julho. Em Mato Grosso do Sul, a colheita somava 40,4% da área até o dia 12 de julho, segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).

Quanto à safra 2024/2025, os produtores do Paraná têm expectativas de um cenário promissor, devido à redução nos custos de produção e aos preços atuais de vendas, que ainda estão maiores que os do ano anterior. Nos Estados Unidos, a melhora das condições climáticas (com o retorno das chuvas) e o aumento da concorrência com o Brasil (colheita avançada) pressionam os futuros. Na Bolsa de Chicago, nos últimos sete dias, os contratos Setembro/2024 e Dezembro/2024 apresentam queda de 2,3% e 1,4%, a US$ 3,91 por bushel e a US$ 4,05 por bushel, respectivamente. No campo norte-americano, até o dia 14 de julho, as lavouras consideradas boas ou excelentes correspondiam a 68% do total, mantendo o percentual verificado na semana anterior, mas acima dos 57% registrados no ano passado, conforme relatório do USDA. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita avançou 9% nos últimos sete dias, totalizando 79,2% da área nacional. A estimativa de produção foi mantida em 46,5 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.