15/Jul/2024
Os preços do milho seguem em queda na maioria das regiões, sobretudo na Região Centro-Oeste, onde a oferta da 2ª safra de 2024 está maior, devido à intensificação da colheita. Além disso, estimativas apontando reajustes positivos na produção também influenciam as desvalorizações internas. Mesmo com as baixas de preços, os compradores estão afastados do spot nacional, à espera de recuos ainda mais intensos, recebendo os lotes negociados antecipadamente. Os vendedores estão mais ativos no mercado. Nos últimos sete dias, os preços registram queda de 2,4% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 1,3% no mercado de lotes (negociações entre as empresas). Especificamente na Região Centro-Oeste, no mercado de lotes, as variações são negativas em 5,6% em Dourados (MS), em 4,2% para Rio Verde (GO) e em 1,4% em Rondonópolis (MT). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra leve avanço de 0,7% nos últimos sete dias, a R$ 56,49 por saca de 60 Kg.
Na B3, os contratos futuros estão pressionados pela desvalorização do dólar e pelo aumento na oferta por conta da colheita. O vencimento Julho/2024 registra recuo de 0,32% nos últimos sete dias, passando para R$ 55,71 por saca de 60 Kg. O vencimento Setembro/2024 tem queda de 0,38% no mesmo período, a R$ 57,60 por saca de 60 Kg. No dia 11 de julho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou novo relatório indicando aumento na produtividade das lavouras da 2ª safra de 2024 em relação à estimativa de junho. Com isso, agora os dados apontam que serão produzidas 90 milhões de toneladas de milho na 2ª safra de 2024, contra 88,11 milhões de toneladas indicadas no relatório de junho, mas ainda 12% a menos que na temporada anterior. Para safra de verão (1ª safra 2023/2024) e 3ª safra de 2024, os ajustes foram menores, e as estimativas de julho apontam colheitas de 23,44 milhões de toneladas (queda de 14% frente à safra anterior) e de 2,4 milhões de toneladas (avanço de 12%).
No agregado das três safras, a oferta nacional de milho totalizaria 115,85 milhões de toneladas, redução de 12,2% sobre o ano-safra anterior. Adicionando-se a esse volume ao estoque inicial de 7 milhões de toneladas e as importações de 2,5 milhões toneladas, a disponibilidade nacional chegaria a 125,42 milhões de toneladas. A demanda interna, por sua vez, é estimada em 84,25 milhões de toneladas e as exportações, em 33,5 milhões de toneladas. Com isso, o estoque final ao término de janeiro de 2025 seria de 7,67 milhões de toneladas, 8,5% maior que o da temporada anterior, o que, de certa forma, dificulta reações de preços no médio prazo. Nos portos, as negociações seguem lentas e os valores, em baixa. A pressão vem do dólar e da desvalorização externa. No Porto de Paranaguá (PR) e no Porto de Santos (SP), nos últimos sete dias, as quedas são de respectivos 2,5% e 2,1%. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em cinco dias úteis de julho, foram embarcadas apenas 223,56 mil toneladas de milho, com média diária 80% inferior à de junho/2023.
Para o acumulado de julho, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estima que as vendas externas somem 4 milhões de toneladas. O clima segue no radar de agricultores brasileiros, com chuvas limitando o avanço da colheita em partes das Região Sul e Sudeste, e o tempo seco podendo reduzir a produtividade na Região Centro-Oeste. Até o dia 7 de julho, segundo a Conab, as médias nacionais das colheitas da safra de verão (1ª safra 2023/2024) e 2ª safra de 2024 somavam 95% e 61,1% das respectivas áreas, avanços semanais de 1,4% e 13,2%, nesta ordem. Para a 2ª safra de 2024, de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), até o dia 5 de julho, foram colhidos 76,28% da área semeada em Mato Grosso. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita chegou a 66% da área até o dia 8 de julho. Em Mato Grosso do Sul, segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), a colheita chegou a 29,6% da área até o dia 5 de julho.
Nos Estados Unidos, os preços acumulam novas quedas, refletindo ainda o avanço da colheita brasileira e o clima favorável nas áreas produtoras do cereal nos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, nos últimos sete dias, apenas o contrato Julho/2024 registra leve alta de 0,81%, a US$ 4,06 por bushel, enquanto os vencimentos Setembro/2024 e Dezembro/2024 têm baixa de 1,2% e 2%, a US$ 4,00 por bushel e a US$ 4,10 por bushel, respectivamente. Conforme relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 7 de julho, as lavouras norte-americanas consideradas boas ou excelentes correspondiam por 68% do total, 1% acima do percentual verificado na semana anterior e superando os 55% registrados no ano passado. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita avançou 7,3% nos últimos sete dias, totalizando 70,2% da área nacional. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.