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08/Jul/2024

Tendência baixista sobre preços do milho no Brasil

O movimento de queda nos preços do milho foi intensificado. O aumento da oferta do cereal no spot, diante do bom andamento da colheita da 2ª safra de 2024, e as desvalorizações externas pressionam as cotações domésticas. Além disso, muitos consumidores brasileiros evitam adquirir grandes volumes e, por isso, seguem priorizando o recebimento de lotes já negociados antecipadamente, à espera de novas desvalorizações. Apesar de vendedores se mostrarem mais flexíveis, uma parcela ainda aposta em recuperações nos preços, fundamentados na menor produção nesta temporada e no clima desfavorável durante o desenvolvimento da atual temporada, como as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca nas Regiões Sudeste e em partes da Região Centro-Oeste. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 56,12 por saca de 60 Kg, recuo de 2,5% nos últimos sete dias, voltando aos patamares de setembro de 2023, em termos nominais.

Nos últimos sete dias, as quedas são de 0,2% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 1,1% no mercado de lotes (negociações entre as empresas). Na B3, pressionados pelas cotações externas e pelo bom andamento da colheita, os contratos futuros apresentam queda. O vencimento Julho/2024 registra recuo de 3,5% nos últimos sete dias, passando para R$ 55,89 por saca de 60 Kg. O vencimento Setembro/2024 tem baixa de 4,7% no mesmo comparativo, a R$ 57,82 por saca de 60 Kg. Os exportadores ativos nos portos seguem priorizando o recebimento de lotes já adquiridos antecipadamente, deixando lenta a liquidez no spot. Quanto aos preços, estão oscilando, influenciados pelas flutuações do dólar e dos valores externos. No Porto de Paranaguá (PR), o preço registra valorização de 0,3% nos últimos sete dias. No Porto de Santos (SP), a baixa é de 0,9% no mesmo período.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na parcial desta temporada (de fevereiro/2024 a junho/2024), as exportações brasileiras de milho somam apenas 3,47 milhões de toneladas, bem abaixo das 5,5 milhões de toneladas embarcadas no mesmo período de 2023 e ainda restando aproximadamente 30 milhões de toneladas para atingir as 33,5 milhões de toneladas previstas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para serem exportadas até janeiro/2025. Especificamente para junho, o Brasil embarcou somente 850,89 mil de toneladas de milho, abaixo das 1,034 milhão de toneladas de junho/2023. Para julho, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estima que as vendas externas fiquem entre 2,49 milhões de toneladas e 4,3 milhões de toneladas. Até o dia 30 de junho, segundo a Conab, as médias nacionais das colheitas da safra de verão (1ª safra 2023/2024) e da 2ª safra de 2024 somavam 93,6% e 47,9% das respectivas áreas, avanços semanais de 2% e 19,9%, respectivamente.

Quanto à safra de verão (1ª safra 2023/2024), restam apenas os estados do Maranhão, Piauí, Bahia e Rio Grande do Sul para encerrarem a colheita, até o final de junho, as atividades nessas regiões somavam 58%, 83% 93,1% e 98%, nesta ordem. No caso da 2ª safra de 2024, a colheita vem ganhando ritmo em Mato Grosso. De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), até o dia 28 de junho, foram colhidos 62,4% da área estadual. O Imea também estimou aumento na produtividade das lavouras, que agora deve chegar a 47,3 milhões de toneladas, 3% a mais que o projetado em junho, mas ainda 9,9% abaixo da temporada anterior, de produção recorde. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), com produtividades variadas entre as regiões do Estado, as atividades alcançaram 53% da área até o dia 1º de julho. O percentual de lavouras em boas condições se manteve em 48%. Em Mato Grosso do Sul, a colheita chegou a 15,3% da área até o dia 28 de junho, segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).

Nos Estados Unidos, os preços registram novas quedas, ainda refletindo o bom avanço da colheita da 2ª safra de 2024 no Brasil, além da expectativa de melhora nos embarques brasileiros em julho. Por outro lado, as desvalorizações são limitadas pela divulgação de percentual menor das lavouras norte-americanas em boas condições. Na Bolsa de Chicago, os contratos Julho/2024 e Setembro/2024 apresentam recuo de 2,5% e 4%, a US$ 4,03 por bushel e a US$ 4,05 por bushel. Os agentes seguem atentos ao desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 30 de junho, as lavouras consideradas boas ou excelentes correspondiam a 67% do total até o dia 30 de junho, 2% abaixo do percentual verificado na semana anterior, mas acima dos 51% do registrado no ano passado. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita avançou 8% nos últimos sete dias, totalizando 62,9% da área nacional. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.