01/Jul/2024
A colheita da 2ª safra de milho de 2024 apresenta ritmo mais adiantado neste ano, o que tem elevado a oferta do cereal em muitas regiões, como Paraná e Mato Grosso. Assim, parte dos produtores está mais flexível nas negociações de novos lotes, mas os demandantes limitam as compras, priorizando o recebimento do milho já adquirido antecipadamente. Diante desse cenário e da elevada oferta global na atual temporada, tendo em vista as maiores produções nos Estados Unidos e na Argentina, os preços do cereal estão em queda na maior parte das regiões. Nem mesmo a valorização do dólar é suficiente para conter os recuos no spot. Ainda assim, o avanço da moeda norte-americana pode elevar a paridade de exportação e permitir altas nas cotações internas. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra baixa de 1% nos últimos sete dias, a R$ 57,54 por saca de 60 Kg. No acumulado do mês de junho, a baixa foi de 3%. Nos últimos sete dias, as quedas são de 0,3% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 0,4% no mercado de lotes (negociações entre as empresas).
No acumulado mês passada, os recuos foram de 2,2% e de 0,4%, respectivamente. Na B3, impulsionados pelo dólar, os contratos futuros estão em alta. O vencimento Julho/2024 apresenta avanço de 0,75% nos últimos sete dias, passando para R$ 57,92 por saca de 60 Kg. Para o vencimento Setembro/2024, o aumento é de 0,35% no mesmo período, a R$ 60,66 por saca de 60 Kg. As negociações e os embarques nos portos também estão enfraquecidos. Nos últimos sete dias, no Porto de Santos (SP), os valores apresentam leve alta de 0,1%, enquanto no Porto de Paranaguá (PR), os preços recuam 0,8%. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações, até a terceira semana de junho, somavam apenas 636,9 mil toneladas, representando 61,5% de todo volume embarcado em junho/2023 e ainda bem abaixo do estimado pela Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) para o mês de junho, de 1,06 milhão de toneladas.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 23 de junho, as médias nacionais das colheitas da safra de verão (1ª safra 2023/2024) e da 2ª safra de 2024 somavam 91,6% e 28% das respectivas áreas, avanços de 3,5% e de 14,9% em relação à semana anterior. Quanto à safra de verão (1ª safra 2023/2024), restam apenas três Estados para finalizarem a colheita: Maranhão, Piauí, Bahia e Rio Grande do Sul. Até o momento, as atividades nestas regiões somam 50%, 76% 90% e 97%, nesta ordem. No caso da 2ª safra de 2024, a colheita vem ganhando ritmo em Mato Grosso, e a expectativa é de que, em algumas semanas, atinja progresso histórico, de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Até o dia 21 de junho, foram colhidos 35,57% na área estadual, avanço semanal de 15,84%, alta anual de 18,33% e ainda 10,16% acima da média das últimas cinco safras.
No Paraná, com o avanço da colheita, os produtores vêm identificando produtividades baixas e parte das lavouras nem chega a ser colhida e/ou é destinada à silagem. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) do dia 24 de junho, as atividades avançaram 13%, totalizando 42% da área. Sobre as condições das lavouras, as boas passaram de 52% na semana anterior para 48%. Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), em Mato Grosso do Sul, a colheita passou dos 4,2% no dia 14 de junho para 8,2% no dia 21 de junho. Nos Estados Unidos, os preços registram forte queda, pressionados pelo bom avanço da colheita da 2ª safra de 2024 no Brasil, que vem aumentando a disponibilidade de lotes para exportação. Além disso, a produção de etanol nos Estados Unidos esteve menor nos últimos dias.
Na Bolsa de Chicago, nos últimos sete dias, os contratos Julho/2024 e Setembro/2024 apresentam desvalorização de fortes 5%, a US$ 4,13 por bushel e a US$ 4,22 por bushel. Quanto às lavouras nos Estados Unidos, a qualidade registrou nova queda na semana passada. Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 23 de junho, as lavouras consideradas boas ou excelentes correspondiam por 69%, 3% abaixo do registrado no período anterior. Na Argentina, a colheita do milho alcançou 54,9% da área nacional, avanço semanal de 5,6%, indicou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires no dia 27 de junho. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.