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24/Jun/2024

Tendência de baixa do preço do milho com a colheita

As colheitas da safra de verão (1ª safra 2023/2024) e da 2ª safra de 2024 continuam avançando em ritmo mais acelerado na comparação com o ano anterior, favorecidas pelo clima quente e seco na maior parte das regiões produtoras. Apesar do aumento de oferta, os negócios seguem lentos no spot nacional. Até o dia 16 de junho, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as médias nacionais das colheitas da safra de verão (1ª safra 2023/2024) e da 2ª safra de 2024 atingiram 88,1% e 13,1%, respectivos avanços de 1% e 7,8%, em relação à temporada anterior. Quanto ao atual ritmo de negócios, de um lado, tem-se o menor interesse de consumidores, que aguardam maiores desvalorizações com o andamento da colheita e/ou priorizam o recebimento dos lotes negociados antecipadamente. E, de outro, há a retração de vendedores de algumas regiões, como em São Paulo, que estão focados na colheita e atentos à possível queda de produtividade devido ao clima adverso durante o desenvolvimento.

Vale lembrar que os produtores também esperam aumento da demanda externa para as próximas semanas. Com o ritmo de negócios enfraquecido, os preços do milho refletem as ofertas e as demandas regionais. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP), está cotado a R$ 58,15 por saca de 60 Kg, alta de 1,1% nos últimos sete dias. Os preços cedem com a intensificação da colheita. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), a queda é de 0,5% e no mercado de lotes (negociações entre as empresas), de 0,6%. Na B3, os valores estão pressionados pela queda externa e pelo avanço da colheita da 2ª safra de 2024. O contrato Julho/2024 tem baixa de 1,52% nos últimos sete dias, passando para R$ 57,49 por saca de 60 Kg; o vencimento Setembro/2024 registra forte recuo de 3,3% no mesmo período, a R$ 60,45 por saca de 60 Kg. As efetivações nos portos estão em menor ritmo, ocorrendo de forma pontual, com um pouco mais de negócios para o Porto de Santos (SP). As cotações, por sua vez, estão pressionadas pelos valores externos do cereal. A queda só não foi é intensa devido à valorização do dólar.

No Porto de Santos (SP), os preços registram baixa de 1,2% nos últimos sete dias. No Porto de Paranaguá (PR), a queda é de 0,8% no mesmo comparativo. Quanto aos embarques, em 21 dias úteis, o Brasil exportou somente 392,42 mil de toneladas de milho, o que representa apenas 38% do volume embarcado em todo o mês de junho/2023. Ainda assim, para a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), as exportações do cereal em junho deverão ser de 1,02 milhão de toneladas. A colheita da safra de verão (1ª safra 2023/2024), está praticamente na reta final, restando apenas cinco Estados para concluírem os trabalhos de campo (Maranhão, Piauí, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul), segundo a Conab. No Rio Grande do Sul, dados da Emater-RS indicam que a colheita foi finalizada na maior parte do Estado, restando somente áreas destinadas para o consumo local, em que agricultores colhem conforme a necessidade. Os trabalhos de campo progrediram 2% na última semana, totalizando, até o dia 20 de junho, 97% do total cultivado. A colheita de 2ª safra de 2024 está mais adiantada no estado de Mato Grosso.

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), as atividades avançaram 11% entre os dias 7 e 14 de junho, alcançando 21,73% da área estadual, 13,38% acima do observado no mesmo período do ano anterior. As regiões médio-norte e oeste de Mato Grosso seguem com os trabalhos mais adiantados. No Paraná, a colheita da 2ª safra de 2024 foi favorecida pelo tempo estável e pelas temperaturas elevadas. Por outro lado, o forte calor afetou os grãos na fase final de enchimento. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) do dia 17 de junho, a colheita do cereal avançou 16%, totalizando 29% da área. Das lavouras, a maioria (52%) estava em boas condições, percentual ainda abaixo do registrado no mesmo período de 2023, de 83%. Em Mato Grosso do Sul, com área de 2,218 milhão de hectares semeados, a estimava para essa temporada é que sejam produzidas 11,48 milhões de toneladas, segundo a Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul). Até o dia 14 de junho, 4,2% da área total havia sido colhida.

Os preços futuros do milho estão pressionados por conta da expectativa de maior oferta na América do Sul, com os avanços da colheita no Brasil e na Argentina. Ao mesmo tempo, as quedas são limitadas por preocupações com a qualidade das lavouras nos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, os contratos Julho/2024 e Setembro/2024 apresentam recuo de 4% nos últimos sete dias, a US$ 4,39 por bushel e a US$ 4,44 por bushel. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita do milho alcançou 49,3% da área nacional até o dia 19 de junho, forte avanço semanal de 9%. Nos Estados Unidos, as condições das lavouras apresentaram leve piora. Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 16 de junho, as lavouras consideradas boas ou excelentes correspondiam a 72% da área, 2% abaixo do registrado na semana anterior, mas 17% acima de igual intervalo de 2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.