10/Jun/2024
Os preços do milho estão recuando na maior parte das regiões, influenciados pela colheita, que avança em ritmo acima do registrado no ano anterior. De modo geral, ainda que muitos produtores comecem a aumentar o volume de milho disponível no spot, uma parcela, receosa quanto aos impactos do clima adverso sobre as lavouras, segue limitando a oferta. Do lado da demanda, os consumidores recebem lotes negociados antecipadamente ou priorizam a utilização dos estoques, adquirindo poucos lotes no spot, à espera de novas desvalorizações. Nesse cenário, as negociações estão lentas. A baixa liquidez também está atrelada à Medida Provisória nº 1.227 de 4 de junho de 2024, que promove restrições ao ressarcimento do PIS e Cofins, deixando parte dos agentes afastada do spot.
Nos últimos sete dias, a queda é de 1,2% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 0,8% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 58,27 por saca de 60 Kg, baixa de 1,7% nos últimos sete dias. Na B3, além da pressão da colheita, a queda no preço externo reforça a desvalorização dos contratos. O vencimento Julho/2024 apresenta queda de 2,23% nos últimos sete dias, passando para R$ 57,36 por saca de 60 Kg. O vencimento Setembro/2024 tem baixa de 0,73% no mesmo período, a R$ 61,36 por saca de 60 Kg. Nos portos, o ritmo de embarques apresentou leve melhora em maio, mas as negociações no spot seguem lentas, e os preços, em queda. A média dos valores do milho negociado no Porto de Paranaguá (PR) registra recuo de 2,9% nos últimos sete dias.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que as exportações brasileiras de milho totalizaram 421,37 mil toneladas em 21 dias úteis de maio, contra 384,88 mil toneladas em todo mês de maio/2023 (22 dias úteis). De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita da 2ª safra de 2024 chegou a 3,7% da área nacional até o dia 2 de junho, acima do 1,1% registrado na semana anterior e do 0,7% no mesmo período de 2023. De maneira geral, as chuvas no encerramento de maio favoreceram as lavouras em boa parte das regiões que apresentava déficit hídrico. Em Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicou que 4,73% da área estadual havia sido colhida até o dia 31 de maio, avanço semanal de 2,79%. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), do total da área estimada para o milho 2ª safra de 2024, 7% havia sido colhida até o dia 3 de junho.
Quanto à safra de verão (1ª safra 2023/2024), a colheita foi finalizada em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Até o dia 2 de maio, as atividades somavam 81,6% da área nacional, segundo relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Outro importante produtor, o Rio Grande do Sul registrou condições climáticas mais propícias à colheita. No entanto, após as enchentes e com o avanço dos trabalhos de campo, a Emater-RS indicou que a produção será de 4,84 milhões de toneladas, abaixo das 5,2 milhões indicadas em novembro/2023. A colheita avançou apenas 1% na semana passada, chegando a 94% da área estadual. Nos Estados Unidos, os preços iniciaram a semana passada em queda, pressionados pelas boas condições do clima e das lavouras, mas reagiram nos dias seguintes, diante da melhora das exportações.
Dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos estados Unidos (USDA) no dia 6 de junho apontaram que as vendas externas somaram, na semana encerrada em 30 de maio, 1,29 milhão de toneladas, acima da expectativa do mercado, de 1,25 milhão. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2024 registra valorização de 0,72% nos últimos sete dias, a US$ 4,52 por bushel. O contrato Setembro/2024 se mantám estável, a US$ 4,57 por bushel. Relatório semanal do USDA aponta que 91% da área da atual temporada norte-americana havia sido cultivada até o dia 2 de junho, contra 95% registrados no mesmo período de 2023. As lavouras em boas e excelentes condições passaram de 64% na semana anterior para 65% nesta. Na Argentina, até o dia 2 de junho, a colheita totalizou 35,1% da área nacional, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.