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13/May/2024

Tendência de preços sustentados do milho no Brasil

Os preços do milho estão mais firmes neste começo de maio no mercado brasileiro. Os compradores ativos no spot nacional tentam adquirir novos lotes do cereal a valores menores, fundamentados na possibilidade de aumento na oferta, por conta da colheita da 2ª safra de 2024 em Mato Grosso e Goiás, prevista para se iniciar ainda neste mês, e da consequente necessidade de vendedores liberarem os armazéns. No entanto, muitos produtores estão afastados do mercado; e os agentes ativos, firmes nos preços indicados. Estes vendedores estão atentos a impactos do clima sobre lavouras de importantes regiões produtoras. Enquanto no Rio Grande do Sul as chuvas em excesso prejudicam e até mesmo comprometem lavouras, nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, as elevadas temperaturas e o tempo seco têm preocupado agentes.

O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) apresenta avanço de 1,1% nos últimos sete dias, cotado a R$ 58,19 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços registram lata de 2,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,8% no mercado de lotes (negociações entre empresas). No mercado futuro, os preços são impulsionados por preocupações com o Rio Grande do Sul e por dificuldades da semeadura nos Estados Unidos. Assim, na B3, o vencimento Maio/2024 tem valorizou de 0,98% nos últimos sete dias, a R$ 57,91 por saca de 60 Kg. Os contratos Julho/2024 e Setembro/2024 registram avanços de respectivos 0,5% e 3,3%, a R$ 58,79 por saca de 60 Kg e R$ 62,21 por saca de 60 Kg. Para a safra de verão (1ª safra 2023/2024), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que a colheita somava 63,1% da área nacional até o dia 5 de maio, avanço de 3,3% frente ao dia 28 de abril.

No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) informou no dia 6 de maio que 98% da área de milho da safra de verão (1ª safra 2023/2024) havia sido colhida. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS indica que a colheita chegou a 86% da área. No Estado, as regiões de Lajeado e de Caxias do Sul registraram prejuízos expressivos com as enchentes, ao passo que, em Pelotas, apesar das chuvas, as lavouras de milho apresentam bom desenvolvimento. Ressalta-se que, quando o tempo permite, a colheita da soja é priorizada. Para a 2ª safra de 2024, as lavouras de Goiás e Mato Grosso apresentam desenvolvimento satisfatórios, com a colheita em algumas áreas de Goiás sendo iniciada. Em Mato Grosso, o bom desenvolvimento das lavouras levou o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) a revisar positivamente a estimativa de produção, para 45,04 milhões de toneladas, 4% acima do relatório anterior, mas ainda 14,2% inferior ao da safra 2022/2023.

Em São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, o clima quente e seco preocupa os produtores. Os preços nos portos avançam, devido ao comportamento do dólar, mas as negociações estão enfraquecidas. No Porto de Paranaguá (PR), o milho registra valorização de 1,6% nos últimos sete dias. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em abril, foram exportadas apenas 66,14 mil toneladas de milho, 86% abaixo do volume de abril/2023. As importações cresceram em um ano, passando de apenas 644 toneladas em abril/2023 para 32,11 mil toneladas em abril/2024. Os vencimentos futuros caíram nos Estados Unidos na maior parte da semana passada, pressionados pela maior disponibilidade do cereal e por chuvas, que ajudaram a melhorar a umidade do solo no Meio Oeste.

Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2024 tem recuo de 2% nos últimos sete dias e o Julho/2024, 0,7%, a US$ 4,42 por bushel e a US$ 4,56 por bushel. Quanto à semeadura nos Estados Unidos, voltou a diminuir o ritmo, devido ao tempo úmido em regiões como Iowa e Illinois. Até o dia 5 de maio, a semeadura chegou a 36% da área nacional, avanço semanal de 9%, mas 6% inferior ao registrado no mesmo período de 2023, segundo dados do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Segundo dados divulgados pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a elevada umidade dos grãos na Argentina tem reduzido o ritmo dos trabalhos de campo, e a colheita avançou apenas 1,3%, em sete dias, chegando a 23,4% da área nacional até o dia 9 de maio. Parte dos produtores também já iniciou a colheita antecipadamente para evitar queda na produtividade, devido à cigarrinha-do–milho, mas, por enquanto, as estimativas de produção seguem de 46,5 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.