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06/May/2024

Tendência baixista nos preços domésticos do milho

Com as atenções voltadas ao desenvolvimento das lavouras da 2ª safra de 2024 e à colheita da safra de verão (1ª safra 2023/2024), os vendedores estão deixando a comercialização de milho em segundo plano. Do lado comprador, os confortáveis estoques remanescentes de 2022/2023, a colheita da safra de verão (1ª safra 2023/2024) em bom ritmo e as lavouras da 2ª safra de 2024 desenvolvendo sem grandes problemas, têm levado esses demandantes a limitarem os negócios. As aquisições são apenas para o curto prazo. Neste contexto, os preços internos seguem em queda. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 57,56 por saca de 60 Kg, baixa de 0,8% nos últimos sete dias. De março para abril, a média caiu 5,9%. Na comparação anual, a queda é de 13,6%, em termos reais (calculado por meio do IGP-DI de março/2024). Nos últimos sete dias, os preços apresentam leve recuo de 0,3% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 1% no mercado de lotes (negociações entre empresas).

As médias regionais de abril foram 20% inferiores às registradas em abril/2023, em diversas regiões, como Barreiras (BA), Chapecó (SC), oeste do Paraná, Rio Verde (GO), Rondonópolis (MT), Triângulo Mineiro (MG) e Santa Rosa (RS). O baixo ritmo de negócios no spot nacional resulta em queda também na B3 para os contratos de curto prazo. O vencimento Maio/2024 registra desvalorização de 0,95% nos últimos sete dias, a R$ 57,35 por saca de 60 Kg. Os contratos Julho/2024 e Setembro/2024 têm alta de 1% nos últimos sete dias, impulsionados por pontuais preocupações com o desenvolvimento da 2ª safra de 2024 no Brasil e pela valorização do dólar. Nos Estados Unidos, a semeadura do cereal está em ritmo acima da média das últimas safras, o que gera boas expectativas de produção. Na Argentina, o cenário atual também sinaliza boa colheita. Esse contexto externo, por sua vez, pode limitar as exportações brasileiras e tirar o suporte das cotações domésticas no segundo semestre, quando geralmente os embarques do cereal ganham ritmo.

Por enquanto, a produção 2023/2024 dos Estados Unidos está estimada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em 389,69 milhões de toneladas. Quanto às exportações norte-americanas, devem ser de 54 milhões de toneladas, enquanto as do Brasil podem somar 52 milhões de toneladas, ainda segundo estimativas do USDA de abril. Os preços nos portos estão em alta no País, mas as negociações seguem lentas, e os embarques, enfraquecidos. O valor do cereal negociado no Porto de Paranaguá (PR) registra leve avanço de 0,2% nos últimos sete dias, influenciado pelas valorizações externas e do dólar, que, ressalta-se, atingiu R$ 5,19 no início da semana passada. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 20 dias úteis de abril, as exportações brasileiras de milho somaram apenas 62,84 mil toneladas, bem abaixo das 470 mil toneladas registradas em abril/2023.

Apesar do bom desenvolvimento da 2ª safra de 2024 até o momento, o baixo volume de chuvas e altas temperaturas no sul de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo começam a deixar os agentes apreensivos. Para a safra de verão (1ª safra 2023/2024), a colheita no Rio Grande do Sul foi paralisada na semana passada, devido ao excesso de chuvas e aos alagamentos em diversas regiões do Estado. No restante do País, as atividades seguem em bom ritmo. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 28 de abril, 59,8% da área nacional havia sido colhida, avanço semanal de 3,1%. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, a colheita atingiu 83% da área total cultivada até o dia 2 de maio, avanço semanal de apenas 1%. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Dera/Seab), foram colhidos 98% da área total até o dia 29 de abril, leve aumento de 1% ante a semana anterior. Em Santa Catarina, a colheita chegou a 93% até o dia 28 de abril, segundo a Conab.

Nos Estados Unidos, os futuros iniciaram a semana passada em queda, pressionados pelo bom progresso da semeadura no país, mas voltaram a subir no restante do período, impulsionados pela expectativa de maior demanda de milho para fabricação de etanol e por preocupações com o atual clima quente e seco no Brasil, que pode prejudicar o desenvolvimento das lavouras da 2ª safra de 2024 na Região Centro-Oeste. Na Bolsa de Chicago, nos últimos sete dias, o contrato Maio/2024 tem alta de 2,5%; e o Julho/2024, de 1,7%, a US$ 4,52 por bushel e a US$ 4,59 por bushel, respectivamente. No campo, o USDA indica que, até o dia 28 de abril, a semeadura chegou a 27% da área, avanço semanal de 15% e acima dos 22% da média dos últimos cinco anos. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires aponta que a colheita alcançou 22,1%, avanço semanal de 2,3%. No entanto, o órgão voltou a reduzir a estimativa de produção, devido ao aumento da incidência de cigarrinha-do-milho e do estresse hídrico sofrido pelas lavouras durante o desenvolvimento. Agora, a produção é apontada em 46,5 milhões de toneladas, contra 49,5 milhões de toneladas da estimativa anterior, mas ainda superior às 34 milhões de toneladas produzidas na safra passada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.