08/Apr/2024
A baixa liquidez prevalece no mercado doméstico de milho. Os consumidores acreditam em negócios mais atrativos nas próximas semanas e, com isso, postergam as aquisições de grandes lotes. Esses agentes estão fundamentados na entrada da safra verão (1ª safra 2023/2024), no clima favorável à 2ª safra de 2024 no Brasil e na possível necessidade de liberação de espaço nos armazéns. Nesse cenário, os preços do milho estão em queda na maior parte das regiões, sobretudo nas do Centro-Oeste. Nos últimos sete dias, a baixa é de 4,5% em Rondonópolis (MT), com o milho cotado a R$ 44,79 por saca de 60 Kg. Em Mato Grosso, inclusive, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica que apenas 21,8% da produção estimada para o milho na safra 2023/2024 foi negociada até meados de março, 33,8% abaixo do mesmo período do ano passado.
Na região de Rio Verde (GO), a queda no preço do milho é de 2,9% nos últimos sete dias, para R$ 49,78 por saca de 60 Kg. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) apresenta leve baixa de 0,5% no mesmo período, a R$ 61,42 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, o recuo é de apenas 0,1% nos mercados de lotes (negociação entre empresas) e de balcão (preço pago ao produtor). Na B3, as cotações seguem pressionadas, influenciadas pelas baixas no físico nacional. Os vencimentos Maio/2024 e Julho/2024 registram queda de respectivos 1,67% e 0,98% nos últimos sete dias, para R$ 59,39 por saca de 60 Kg e R$ 59,75 por saca de 60 Kg, nessa ordem. O contrato Setembro/2024 tem recuo 0,42% no período, a R$ 61,18 por saca de 60 Kg. Nos Estados Unidos, os contratos futuros subiram nos dias 3 e 4 de abril, impulsionados pela baixa umidade em áreas norte-americanas que produzem o cereal. Os agricultores norte-americanos estão iniciando as atividades de campo, e chuvas são necessárias para o cultivo.
Até o dia 31 de março, a semeadura nos Estados Unidos atingiu 2% da área, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Apesar disso, no balanço dos últimos sete dias, o movimento é de queda. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2024 tem desvalorização de 1,53% no período, indo para US$ 4,35 por bushel; Julho/2024, -1,54%, a US$ 4,47 por bushel. As negociações para exportação seguem paradas nos portos brasileiros, com as atenções voltadas ao desenvolvimento do milho 2ª safra de 2024. Os preços do cereal no Porto de Paranaguá (PR) registram avanço de 1,3% nos últimos sete dias, a R$ 60,13 por saca de 60 Kg. Em março, foram exportadas 431 mil toneladas do cereal, contra 1,33 milhão de toneladas no mesmo mês de 2023, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). As atenções seguem voltadas à fase final de colheita do milho safra de verão (1ª safra 2023/2024) e ao desenvolvimento do cereal da 2ª safra de 2024.
O clima tem favorecido as lavouras neste momento, o que mantém a perspectiva de bom desenvolvimento. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 31 de março, 98,7% da área nacional estimada para 2ª safra de 2024 havia sido semeada, avanços semanal de 1,9% e anual de 2,4%. No Paraná, a semeadura foi concluída na segunda quinzena de março, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Quanto à safra de verão (1ª safra 2023/2024), a colheita somava, até o dia 31 de março, 46,4% da área nacional, progressos semanal de 3,6% e anual de 1,2%, conforme dados da Conab. Para o Paraná, o tempo seco segue favorecendo a colheita, que, segundo o Deral/Seab, somava 94% da área até o dia 1º de abril. Em Santa Catarina, a colheita atingiu 80% da área; em Minas Gerais, 34%; e, em São Paulo, 85%, até o dia 31, de acordo com a Conab. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.