07/Mar/2024
O Citi manteve a perspectiva "neutra-baixista" para os grãos, com previsão de preço-base na Bolsa de Chicago na faixa de US$ 3,00 por bushel para o milho e de US$ 10,00 por bushel para a soja no segundo semestre deste ano. Os prêmios de risco geopolítico diminuíram, apesar do conflito militar contínuo no Mar Negro. Além disso, os custos de transporte mais elevados parecem insuficientes para compensar o excesso de estoques.
Exceto por um clima adverso, os preços dos grãos devem voltar ao regime 'preços baixos e baixa volatilidade' que se manteve por meia década antes da Covid-19. No lado da oferta de grãos, o crescimento da produção na Argentina compensa a queda no Brasil, principalmente na Região Centro-Oeste, indicando grandes estoques de milho e soja provenientes da América do Sul durante a safra. A produção de grãos na Rússia continua robusta, assim como os fluxos de exportação da região do Mar Negro. No lado da demanda, as importações de milho da China permanecem mais baixas do que em 2020/2021, com o aumento na produção doméstica.
Além disso, as importações chinesas de soja têm sido mais fracas do que o esperado e devem ser menores em 2023/2024 em comparação com o ano comercial anterior, devido à redução das margens nacionais de esmagamento. Mesmo um crescimento nas importações de 3% a 4% em 2024/2025 deve ser absorvido por origens dos Estados Unidos, Brasil e Argentina. Uma recessão nas economias de países desenvolvidos no segundo semestre também poderia representar riscos negativos para o crescimento do consumo de grãos.
Em relação ao clima, o fim do El Niño é positivo para o agronegócio brasileiro, pois deve normalizar as chuvas nas regiões Centro-Oeste/Matopiba, o que pode resultar em aumento na produtividade para a próxima safra. O fenômeno climático deve terminar nas próximas semanas, segundo dados do Centro de Previsão Climática da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). Isso deve implicar em um cenário neutro entre o fim de março e junho, quando deve começar o La Niña. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.