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04/Mar/2024

Tendência de preços sustentados do milho no Brasil

No mercado interno, a tendência é de preços sustentados para o milho, com redução de 12% da área na 1ª safra 2023/2024 e de 6% na área da 2ª safra 2023/2024. Com o rápido avanço da colheita da soja, 70% da área da 2ª safra de milho foi plantada na janela ideal, reduzindo o risco climático sobre as lavouras. Nesse contexto, no curto prazo, os preços perderam fôlego para novas altas no mercado interno. Com menos excedentes para exportação em 2024, haverá disputa entre os consumidores internos e as tradings, o que deverá levar os preços domésticos para patamares acima da paridade de exportação. Apesar das chuvas em boa parte das regiões produtoras de milho, os trabalhos de campo estão em ritmo mais acelerado frente à temporada anterior. No geral, as recentes precipitações vêm limitando pontualmente a semeadura em algumas regiões, mas têm beneficiado a maioria das lavouras da safra de verão (1ª safra 2023/2024) cultivada tardiamente e, sobretudo, as da 2ª safra de 2024, que estão sendo implementadas.

Diante do clima favorável, que, consequentemente, gera expectativa positiva para a colheita da 2ª safra de 2024 e dos atuais estoques remanescentes, os preços seguem em queda, reforçada pela baixa liquidez. Os compradores estão afastados do spot, à espera de novas desvalorizações, fundamentados na possível entrada de maior volume da safra de verão (1ª safra 2023/2024) e da menor paridade de exportação, que está pressionada pelo recuo na cotação internacional do milho verificada em boa parte de fevereiro. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra recuo de 1% nos últimos sete dias, a R$ 62,23 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, a queda é de 1,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas) e de 4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). A oferta acima da demanda no spot nacional tem pressionado com força os valores dos futuros negociados na B3. Nos últimos sete dias, o contrato Março/2024 tem recuo de 6%, passando para R$ 60,22 por saca de 60 Kg. Os contratos Maio/2024 e Julho/2024 estão cotados a R$ 56,31 por saca de 60 Kg e a R$ 56,85 por saca de 60 Kg, respectivamente, fortes quedas de 12% e 10%, na mesma ordem.

As negociações nos portos seguem limitadas, já que a prioridade tem sido os embarques de soja. Com isso, o volume de milho exportado nestes últimos dias registra apenas pequeno aumento. Em 15 dias úteis de fevereiro, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o Brasil escoou 1,67 milhão de toneladas, avanço de apenas 200 mil toneladas entre a terceira e a quarta semana do mês, representando 74% do total embarcado em fevereiro/2023. Nem mesmo as negociações para entrega futura vem registrando progresso. Como os preços praticados em fevereiro foram considerados baixos por produtores, muitos preferem negociar o cereal mais próximo da safra, quando a produtividade será melhor definida. Em fevereiro, as médias das intenções de compra nos portos para entrega em agosto e setembro foram de respectivos R$ 56,35 por saca de 60 Kg e R$ 56,83 por saca de 60 Kg, sendo 3% e 2% inferiores às médias de janeiro. A colheita da safra de verão (1ª safra 2023/2024) atingiu, até o dia 24 de fevereiro, 24,9% da área nacional, avanço semanal de apenas 3,5%, mas 8,2% acima do mesmo período da temporada anterior.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita alcançou 65% da área no Paraná até dia 26 de fevereiro, avanço de 10% em relação à semana anterior. No Rio Grande do Sul, a colheita progrediu apenas 2% entre os dias 22 e 29 de fevereiro, chegando a 68% da área estadual, de acordo com a Emater-RS. Em Santa Catarina, a colheita chegou a 39% da área até o dia 24 de fevereiro, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A semeadura da 2ª safra de 2024 tem média nacional de 59% até o dia 24 de fevereiro, avanços semanal e anual de 13,7% e de 10,3%, respectivamente. Em Mato Grosso, a semeadura da 2ª safra de milho de 2024 segue a todo vapor. Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que 80,38% da área estadual havia sido semeada até o dia 24 de fevereiro, o que representa um progresso semanal de 15,21% e anual de 7,72%, fazendo com que praticamente 90% das lavouras tenham sido semeadas no período considerado ideal, que, para este Estado, é até 28 de fevereiro.

No Paraná, o Deral/Seab indicou que 66% da área estimada para o cereal havia sido implantada até o dia 26 de fevereiro, avanço de 11%, que só não foi mais intenso devido às precipitações no norte e sudoeste do Estado. Em Mato Grosso do Sul, a falta de chuvas preocupa os produtores, mas, até o dia 23 de fevereiro, a semeadura somava 40,2%, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul). Os preços internacionais de milho estão em alta, após as fortes baixas que vinham sendo registradas até a quarta semana de fevereiro, quando os contratos operaram nos menores patamares dos últimos anos. O impulso vem, portanto, de um movimento de correção, além de dados indicando que as vendas externas dos Estados Unidos apresentaram melhora. Com isso, na Bolsa de Chicago, os vencimentos Março/2024, Maio/2024 e Julho/2024 apresentam valorização de 2% nos últimos sete dias, em respectivos US$ 4,15 por bushel, US$ 4,29 por bushel e US$ 4,41 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.