11/Dec/2023
Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), os desastres climáticos causaram prejuízos de R$ 28,2 bilhões ao agronegócio da Região Sul em 2023. Entraram na conta da entidade as perdas com a seca no início do ano e com as chuvas dos últimos meses. No Rio Grande do Sul, os prejuízos já chegam a R$ 18,1 bilhões. O Estado, o mais castigado pelos extremos climáticos, sofreu no início de setembro com a passagem de um ciclone, que causou cheias especialmente no Vale do Rio Taquari e levou à morte de mais de 50 pessoas. Só com as enchentes que ocorreram desde setembro, os prejuízos na Região Sul chegaram a R$ 8 bilhões.
O montante corresponde a 40% de todas as perdas que o agro da região sofreu com excesso de chuvas nos últimos dez anos. Entre 2013 e 2023, os prejuízos causados por enchentes nos três Estados da Região Sul chegaram a R$ 19,5 bilhões. Como os dados da CNM são referentes apenas até o início de novembro, o valor dos prejuízos com as chuvas já deve ser ainda maior. Além disso, o levantamento leva em conta apenas os dados informados pelos municípios que decretaram situação de emergência devido aos desastres climáticos. Portanto, não inclui outras perdas econômicas, como redução da colheita e da qualidade das lavouras de trigo, devido aos problemas causados por excesso de umidade.
O governo do Paraná estima que as perdas financeiras na agropecuária do Estado, provocadas pelas chuvas torrenciais, temperaturas altas e fortes ventos causados pelo El Niño, chegam a um valor preliminar de R$ 2,5 bilhões. Santa Catarina calcula que os eventos climáticos de outubro e novembro provocaram prejuízos de aproximadamente R$ 3 bilhões nas propriedades rurais catarinenses. No Rio Grande do Sul, embora não faça um cálculo financeiro, a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS) estima que, em seis meses, 160 mil propriedades rurais tenham sofrido alguma perda com as enchentes, chuvas fortes e granizo.
Desde o dia 15 de junho, quando foi registrado o primeiro ciclone no Estado, já ocorreram nove eventos climáticos extremos no Estado. Esses fenômenos estão mais recorrentes, e será preciso se adaptar para lidar com essas situações. Será preciso que os poderes públicos e produtores invistam em prevenção de riscos em casos de chuvas extremas. Além de investir mais para melhorar a infiltração dos solos, especialmente cuidados com a descompactação da terra, para reduzir a quantidade e velocidade da água que escorre para os rios. As propriedades devem realizar terraceamento e curvas de nível em seus terrenos, para conduzir a água. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.