10/Nov/2023

Segundo o Rabobank, a safra brasileira de milho em 2023/2024 deve alcançar 127 milhões de toneladas, queda de 5,22% em relação aos 134 milhões de toneladas colhidas em 2022/2023. A área plantada também deve cair, na base de 4,6%, de 22,5 milhões de hectares em 2022/2023 para 22,3 milhões de hectares em 2023/2024. Provocaram esta redução o excesso de oferta na safra 2022/2023, a escassez de armazenagem e o considerável atraso na comercialização, o que pressionou os preços do grão no mercado interno. Além disso, a alta dos fretes internos também reduziu o preço pago ao produtor e assim ele observou uma deterioração das margens em 2022/2023. A demanda interna pelo milho brasileiro deve alcançar, no ano que vem, de 84 milhões a 86 milhões de toneladas, ante 81 milhões de toneladas em 2024, aumento estimulado pela produção de ração e etanol.

O consumo de ração deve ser maior pela elevada competitividade da proteína animal brasileira no mercado internacional, principalmente pelo aumento da produção esperada das carnes de frango e porco, principais consumidores de milho. Em relação às plantas de etanol, também é esperado um aumento da capacidade instalada no País. Quanto às exportações, só para a China, o Brasil deve exportar entre 18 milhões e 20 milhões de toneladas em 2024. Mesmo com a safra menor no Brasil em 2024, os preços globais do milho tendem a perder força. Isso por causa da volumosa safra esperada dos Estados Unidos, onde os produtores optaram pelo milho em vez da soja no ciclo 2023/2024.

Assim, a área norte-americana de milho apresentou um aumento de 10% em relação ao ano anterior e alcançou 33,5 milhões de hectares em 2023/2024. Os Estados Unidos vão colher a segunda maior safra de milho dos últimos dez anos, de 382,7 milhões de toneladas. Em relação aos preços do mercado interno, será preciso acompanhar como será o ritmo do plantio e o desenvolvimento das lavouras, principalmente em um cenário de El Niño. O atraso na comercialização do milho 2ª safra de 2024, além do risco climático, podem reduzir ainda mais as perspectivas de plantio para o próximo ciclo. Mas, isso vai depender do ritmo de colheita da soja. Por enquanto, a projeção é de queda de cerca de 7 milhões de toneladas de milho entre uma safra e outra. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.