26/Oct/2023

A negociação de milho continua travada, com vendedores recuados, na expectativa de preços mais remuneradores. A avaliação é de que os valores atuais não cobrem os valores gastos com insumos no ano passado, quando os fertilizantes estavam mais caros. O receio se estende à safra de 2023/2024. A indefinição quanto aos custos da 2ª safra de 2024 desestimula negócios antecipados nos atuais preços. No Rio Grande do Sul, as quebras de safra nos últimos anos desanimam as duas pontas a fechar negócios antecipados, mesmo com o El Niño em vista podendo beneficiar o milho da região.

No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, os compradores indicam R$ 60,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento em 30 dias, mas os produtores desejam valores mais altos (entre R$ 67,00 e R$ 68,00 por saca de 60 Kg FOB). Além das disparidades entre os preços de compradores e vendedores e a safra recorde vinda da Região Centro-Oeste, a demanda das granjas também está menor. O mercado está parado. Em relação ao milho da safra de verão (1ª safra 2023/2024), não há indicações de compra e venda. Somado a um custo de produção elevado, os agentes estão com receio de fazer uma negociação antecipada após as quebras de safra causadas pelo La Niña.

Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, os compradores indicam entre R$ 42,00 e R$ 43,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento entre 8 e 10 de novembro. Os produtores indicam R$ 45,00 por saca de 60 Kg. A queda de braço entre compradores e produtores tem sido o principal motivo para a falta de acordos. A negociação para a 2ª safra de milho de 2024 também está estagnada. Os compradores indicam entre R$ 42,00 e R$ 43,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em julho e pagamento em agosto. A falta de referência em relação aos custos para a semeadura do cereal e receios com atraso no plantio da soja que afetem a janela do milho afastam o produtor da comercialização.