19/Oct/2023
Chuvas abaixo da média em Mato Grosso, em virtude do El Niño, têm levado produtores a segurar a comercialização antecipada do milho 2ª safra de 2024, a ser semeada no ano que vem. Segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), 7,9% da 2ª safra de 2023 estava comercializada em setembro contra 14,3% no período equivalente de 2022 e 30,87% em 2021, quando o produtor adiantou as vendas em virtude dos preços remuneradores.
Mato Grosso é o maior produtor de milho 2ª safra, com 50,7 milhões de toneladas em 2022/2023, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Um dos principais fatores a desestimular as vendas são os preços do cereal. No Estado, o preço do milho em outubro é 45,6% menor que em outubro do ano passado. A queda supera a retração observada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em Campinas (SP), referência para o milho, que aponta baixa de 30% no período.
Incertezas climáticas e a atenção voltada neste momento ao plantio da soja, além de custos ainda incertos para o milho a ser semeado, explicam a cautela na comercialização. Para o Rabobank, é muito mais cautela com o El Niño do que pessimismo com o cenário da cultura. A comercialização antecipada de milho brasileiro 2023/2024 está hoje em 5%, ante 10% de igual período do ano passado. No Paraná, segundo maior produtor de milho 2ª safra, com 14,680 milhões de toneladas em 2022/2023, a situação é diferente.
Segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), a comercialização da 2ª safra de 2024 ocorre dentro dos parâmetros normais. Como ela vai ser plantada só depois da colheita da soja, não se pode dizer que esteja atrasada. O que acontecia em outros anos é que havia uma comercialização antecipada maior. No milho, a comercialização antecipada sempre foi bem menor do que na soja. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.