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16/Oct/2023

Tendência é de alta dos preços do milho no Brasil

No mercado interno, a tendência é de alta dos preços, com a projeção de exportações recordes no ano comercial 2022/2023, redução dos estoques de passagem para 2023/2024, recuo das áreas plantadas na 1ª e na 2ª safra 2023/2024 e retração da área plantada nos EUA em 2024/2025. As exportações brasileiras de milho cresceram 32% no ano comercial 2022/2023 (fevereiro a outubro de 2023), projetando embarques recordes de 52 milhões de toneladas na atual safra. A área da 1ª safra de milho 2023/2024 deverá recuar 7,8% no Brasil, com cenário de recuo também na 2ª safra, em decorrência da queda da rentabilidade da cultura ante outras alternativas. O cenário aponta para uma forte contração da produção brasileira em 2024, com riscos climáticos para a 2ª safra, redução da oferta interna e dos excedentes exportáveis. A projeção inicial indica que o Brasil deve perder a liderança do comércio global de milho em 2024, com estimativa de exportações de, no máximo, 50 milhões de toneladas.

Na Bolsa de Chicago, os vencimentos do 1º semestre de 2024 oscilam entre US$ 5,10 e US$ 5,20 por bushel, enquanto os contratos para o 2º semestre de 2024 giram entre US$ 5,20 e US$ 5,25. Os preços do milho seguem em alta no mercado brasileiro, impulsionados sobretudo pela retração de vendedores. Esses agentes se mostram capitalizados e sem necessidade de liberar espaços nos armazéns. Além disso, a demanda internacional está aquecida, e uma parte dos compradores domésticos também demostra interesse em recompor os estoques. Na semana passada, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) voltou a operar acima dos R$ 60,00 por saca de Kg, patamar nominal que não verificado desde maio deste ano. Nos últimos sete dias, o Indicador subiu 1,9%, para R$ 60,34 por saca de Kg. Na média das regiões acompanhadas, no mesmo período, os valores subiram 0,4% no mercado disponível (negociações entre as empresas).

Os valores na B3 também avançaram, influenciados pelo bom ritmo das exportações. Os vencimentos Novembro/2023 e Janeiro/2024 fecharam a R$ 61,35 por saca de Kg e a R$ 65,20 por saca de Kg, respectivamente, com aumentos de 0,8% e de 0,6% na última semana. A média diária de embarques nestes primeiros dias de outubro está 32% acima da registrada no mesmo mês de 2022, e, com isso, os embarques do cereal totalizam 2,34 milhões de toneladas na parcial do mês. A firme demanda externa e o dólar acima de R$ 5 mantiveram o ritmo de negócios aquecido, e os preços em Santos (SP) e em Paranaguá (PR) estão acima de R$ 60,00 por saca de Kg. A expectativa é de que 9 milhões de toneladas sejam embarcadas neste mês. A colheita da 2ª safra chegou, até o dia 7 de outubro, a 99,9% da área nacional, restando apenas o estado de São Paulo para finalizar os trabalhos. Quanto à safra verão 2023/2024, o excesso de chuvas, principalmente no Sul e Sudeste, preocupa produtores quanto ao desenvolvimento dos trabalhos de campo e à incidência de doenças nas lavouras.

Até o dia 7 de outubro, 26,8% da área nacional havia sido semeada, avanço semanal de 4,2 pontos percentuais e ainda próximo aos 27% da temporada anterior. Especificamente para o Rio Grande do Sul, as chuvas vêm limitando avanços mais significativos, e a semeadura chegou, até o dia 11, a 65% da área estadual, alta semanal de apenas 3 pontos percentuais. No Paraná, o semeio também avançou 3 pontos percentuais, chegando, até o dia 9, a 85% da área. Em Santa Catarina, a semeadura da safra chegou a 66%. Na quinta-feira (12/10), o USDA divulgou que a produção nos Estados Unidos está estimada em 382,65 milhões de toneladas, abaixo das 384,42 milhões projetadas em setembro. Quanto às lavouras, nos Estados Unidos, a colheita alcançou 34% da área nacional, de acordo com o relatório do USDA do dia 8, acima da média dos últimos cinco anos, de 31%.

Na Argentina, o retorno das chuvas fez com que a semeadura avançasse em mais regiões, mas a baixa umidade das lavouras ainda preocupa, segundo os dados da Bolsa de Cereales divulgados no dia 11, com 19,4% da área semeada. Em relatório divulgado nesta semana, a Conab seguiu indicando produção recorde em 2022/2023, de 131,8 milhões de toneladas, mas redução para a próxima temporada 2023/2024. Para 2023/2024, a expectativa é que a produção brasileira some, nas três safras, 119,4 milhões de toneladas, redução de 9,5% em relação à 2022/2023, mantendo as maiores quedas para a segunda e a terceira temporadas, que devem somar 91,21 milhões de toneladas e 2 milhões de toneladas, respectivamente, diminuições de 10,7% e de 13,5% em relação à atual temporada. Para a safra de verão que está sendo semeada, a colheita deve ser de 26,16 milhões de toneladas, com retração de 4,4%. Quanto ao consumo, deve ser 6% maior, em 84,48 milhões de toneladas, e as exportações, 27% menores, estimadas em 38 milhões de toneladas. Em termos mundiais, o USDA estimou a produção 2023/2024 em 1,21 bilhão de toneladas, 5% superior à de 2022/2023, com destaques para as maiores colheitas nos Estados Unidos, na China, no Brasil e na Argentina. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.