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09/Oct/2023

Tendência é altista para preços do milho no Brasil

No mercado brasileiro de milho, o viés é de continuidade da recuperação dos preços, com tendência de alta para 2024. Áreas menores tanto na 1ª safra quanto na 2ª safra de 2024 no Brasil, cenário de redução de área nos EUA na próxima temporada 2024/2025, “mercado climático” com precificação de riscos do El Niño sobre a 2ª safra brasileira de 2024, são fatores que tendem a impor um viés de alta para os preços do milho nos médio e longo prazos. Os preços do milho seguem avançando na maior parte das regiões. Esse movimento é sustentado pelas valorizações do cereal nos portos e pelo bom ritmo das exportações brasileiras na atual temporada. Muitos vendedores estão afastados das negociações no spot nacional, sem necessidade de fazer caixa, e as preocupações relacionadas à armazenagem estão se reduzindo. Assim, esses agentes têm pedido valores maiores nas novas vendas. Demandantes, por sua vez, relatam dificuldades nas aquisições, e os que buscam repor estoques e/ou comprar novos lotes precisam pagar valores maiores.

Nesse cenário, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) se aproxima dos R$ 60,00 por saca de 60 Kg, patamar observado em maio deste ano. O Indicador está cotado a R$ 59,19 por saca de 60 Kg, elevação de 3,8% nos últimos sete dias. Regionalmente, são observadas desvalorizações pontuais no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e em regiões produtoras de 2ª safra, mas os acirramentos nas negociações elevam as cotações. Nos últimos sete dias, o preço do milho tem alta de 2,1% no mercado de lotes (negociações entre as empresas) e de apenas 0,7% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). Na B3, as valorizações são influenciadas pela demanda internacional e pelas altas dos preços externos. Os vencimentos Novembro/2023 e Janeiro/2024 estão cotados a R$ 60,84 por saca de 60 Kg e a R$ 64,81 por saca de 60 Kg, respectivamente, com avanços de 3,9% e de 3,5% nos últimos sete dias.

As negociações nos portos brasileiros têm ocorrido de forma mais intensa, o que tem elevado os preços e feito com que produtores priorizem as vendas para esse destino. Os impulsos às cotações vêm das valorizações externa e da moeda norte-americana, que, ressalta-se, voltou a operar acima de R$ 5,00, o que não era observado desde maio deste ano. Nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), o milho é negociado a patamares acima dos observados no interior do País, entre R$ 60,00 e R$ 65,00 por saca de 60 Kg. No Porto de Paranaguá, a média é de R$ 60,99 por saca de 60 Kg e no Porto de Santos, de R$ 65,03 por saca de 60 Kg. Quantos aos embarques brasileiros, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que somaram 8,75 milhões de toneladas em setembro, superando as 6,42 milhões do mesmo mês de 2022. Para outubro, a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) estima que os envios brasileiros fiquem entre 8,5 e 9,31 milhões de toneladas.

Os trabalhos de campo seguem avançando nas principais regiões brasileiras, com a colheita da 2ª safra de 2023 praticamente finalizada. A semeadura da safra de verão (1ª safra 2023/2024) está avançando. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita da 2ª safra de 2023 chegou, até o dia 1º de outubro, a 99,2% da área nacional, restando apenas os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná para finalizarem as atividades. No Paraná, dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que a colheita foi finalizada. Em Mato Grosso do Sul, o percentual colhido até o dia 29 de setembro era de 94,6%, segundo a Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul). Em São Paulo, a colheita chegou, até o dia 1º de outubro, a 85%. Quanto à safra de verão (1ª safra 2023/2024), a média nacional de área semeada soma 22,6%, avanço semanal de 4,3%. Dentre os principais Estados produtores da safra de verão, em Santa Catarina, a semeadura chegou a 58% da área até o dia 1º de outubro.

No Paraná, 82% da área estadual havia sido semeada até o dia 2 de outubro, informou o Deral/Seab. No Rio Grande do Sul, a redução das chuvas nos últimos dias permitiu o avanço da semeadura, mas ainda com atraso no desenvolvimento das lavouras nesta temporada. A semeadura chegou, até o dia 5 de outubro, a 62% da área estadual, em linha com os 63% da temporada anterior, mas acima das 59% da média das últimas cinco safras (2019-2023). Na Bolsa de Chicago, os vencimentos futuros estão avançando, devido à melhora na demanda pelo cereal dos EUA e à valorização do trigo. No entanto, o avanço da colheita e a expectativa de safra volumosa limitam as altas. Os contratos Dezembro/2023 e Março/2024 apresentam valorização de 1,8% nos últimos sete dias, a US$ 4,97 por bushel e a US$ 5,12 por bushel. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a colheita norte-americana alcançou 23% da área nacional até o dia 1º de outubro, acima da média dos últimos cinco anos, de 21%. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires divulgou em seu relatório do dia 6 de outubro que 13,9% haviam sido semeados. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.