04/Sep/2023
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou que o governo fará um programa de reestruturação de dívidas dos produtores rurais do Rio Grande do Sul afetados pela seca nas três últimas safras. O programa de alongamento do perfil das dívidas para os produtores está sendo estruturado para que as cooperativas possam continuar dando suporte, dando prazo e capital de giro de longo prazo em dez anos com taxas de juros compatíveis. O Ministério da Agricultura está estruturando uma linha dolarizada com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o prolongamento da dívida dos produtores com prazo de dez anos e juros de 7,5% ao ano (acrescido de variação cambial). As cooperativas repassarão os recursos para os produtores.
A ideia é criar um programa específico para as cooperativas do Estado com linha dolarizada porque os juros são os mais baratos que existem hoje no mercado, considerando que a imensa maioria dos produtores trabalha hedgeado em dólar. Não está se excluindo a linha de crédito em Reais com possibilidade de estendê-la também para dez anos com juros de 7,5% a 8% ao ano, uma referência ao Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuária (Procap-Agro Giro), linha do BNDES voltada às cooperativas com prazo de dois anos e juros de 11,5% ao ano em Reais. O ministro reforçou que as cooperativas não são o alvo da repactuação e estão saudáveis financeiramente. As cooperativas foram o grande apoio dos produtores nos momentos de clima adverso. O programa, acrescentou o ministro, será atrelado a práticas de revitalização do solo, como o programa Operação 365 da Embrapa, que prevê a cobertura do solo por diversos cultivos ao longo de todo o ano.
A aplicação dos recursos deve priorizar a inovação do solo, para que os produtores possam sofrer menos impactos das intercorrências climáticas. É preciso uma estruturação para minimizar as questões climáticas. Isso é possível com tecnologia e vai minimizar os impactos climáticos. A linha dolarizada destinada à reestruturação das dívidas dos produtores terá R$ 3,5 bilhões em recursos com juros entre 7,5% e 8% ao ano e prazo de dez anos, mas será ajustada e compatível às modalidades e particularidades de cada cooperativa. Segundo ele, além da linha em reais com taxas de juros superiores, também haverá a possibilidade de uma operação com o Banco do Brasil por meio de swap. O ministro pontuou que a maior parte das dívidas dos produtores rurais feita com bancos públicos já está repactuada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.