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04/Aug/2023

Brasil: estimativa para safra de milho 2023/2024

A Céleres projeta queda de área plantada no Brasil em 2023/2024 de 4% em relação à safra anterior, para 4,4 milhões de hectares. O cenário de custos e preços para o milho safra de verão (1ª safra 2023/2024) ainda aponta para margens médias positivas para o cereal, no entanto, num patamar bem menor que a margem média esperada para soja, sobretudo nas Regiões Sul e Sudeste. A margem média do cereal na safra de verão (2023/2024) está estimada em R$ 1.075,00 por hectare (14,2% sobre a receita bruta). Com a perspectiva de rendimento de 6,3 toneladas por hectare, a produção esperada para 2023/2424 deverá alcançar 27,3 milhões de toneladas, praticamente igual ao ciclo anterior. A expectativa climática de El Niño poderá beneficiar o regime de chuvas e produtividade na Região Sul da safra de verão (1ª safra 2023/2024).

Para a 2ª safra de 2023, a projeção é de rentabilidade operacional média positiva de R$ 704 por hectare (17% sobre a receita bruta), apesar de bem menor do que nas últimas temporadas. No Cerrado, é fundamental a ocupação da propriedade com alguma cultura com retorno econômico e, para boa parte das regiões, o cultivo do milho 2ª safra, dentro da janela indicada, apresenta tal retorno e tem potencial de diluir custos fixos e da terra. Em função disso, a previsão de crescimento é de 400 mil hectares na área plantada de milho na 2ª safra de 2024, para 18,4 milhões de hectares. Contudo, a confirmação desse cenário dependerá da janela adequada de plantio e da manutenção dos níveis de custos de produção no final de 2023.

A produção da 2ª safra de 2024 está estimada em 110 milhões de toneladas, (+3%). Somadas as três safras, a produção nacional deve atingir 139,1 milhões de toneladas, ante 135,4 milhões de toneladas em 2022/2023. Do lado da demanda, a queda recente dos custos de ração aumentou a atratividade da produção de proteína animal, sobretudo aves e suínos, e do processamento do cereal para etanol. Além disso, há potencial de exportação da próxima safra de 55 milhões de toneladas, em um cenário de incerteza sobre a produção no Leste Europeu e consolidação da China como importadora do cereal brasileiro. Os estoques finais para 2023/2024 devem cair de 11,8 milhões para 11 milhões de toneladas. Diferentemente da soja, o cenário de menor crescimento da oferta de milho e a robustez da demanda externa e interna condicionam um cenário de neutralidade para os preços do cereal ao longo de 2024.

A consultoria StoneX estimou redução de área plantada no Brasil na safra de verão (1ª safra 2023/2024), de 4,207 milhões de hectares para 4,132 milhões de hectares, diante da redução dos preços e, consequentemente, da margem do produtor de milho. A produtividade, contudo, deve subir para 6,93 toneladas por hectare, contra 6,80 toneladas por hectare em 2022/2023, puxada principalmente por uma perspectiva mais favorável para o rendimento no Rio Grande do Sul. Com isso, a produção de milho na safra de verão (1ª safra 2023/2024) deve alcançar 28,63 milhões de toneladas, 0,1% acima da safra anterior. Na temporada 2022/2023 as lavouras do Rio Grande do Sul foram intensamente afetadas pelo La Niña, mas, na próxima safra, 2023/2024, é esperado que a ocorrência do El Niño beneficie não só as lavouras do Estado, mas da Região Sul como um todo.

Do lado da demanda, a expectativa é de um aumento da demanda doméstica e das exportações para 84 milhões de toneladas e 56 milhões de toneladas, respectivamente, ante 81 milhões de toneladas e 51 milhões de toneladas estimados para a safra 2022/2023. Considerando a primeira estimativa para safra de verão (1ª safra 2023/2024) e repetindo-se os números das 2ª e 3ª safras anteriores, a produção brasileira foi estimada em 139,26 milhões de toneladas em 2023/2024, contra 139,23 milhões de toneladas em 2022/2023. Com isso, os estoques finais na próxima temporada aumentariam de 18,52 milhões para 18,78 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.