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01/Aug/2023

Safra 2023/2024: melhora nas margens agrícolas

Segundo o Itaú BBA, as margens agrícolas do milho devem voltar ao positivo, atingindo 7% em 2023/2024, em comparação com -15% previstos para 2022/2023, embora ainda bem distantes dos 58% de 2021/2022. O cálculo da margem toma como referência o sudeste de Mato Grosso e considera despesas com insumos, operação mecanizada e mão de obra. No caso do milho, os custos com fertilizantes para a safra 2023/2024 devem ceder aproximadamente 18%, sendo o item com maior influência na redução projetada de 11% do custo operacional na comparação com a safra 2022/2023. Com a queda dos fertilizantes, a relação de troca com o milho apresenta expressiva melhora em relação ao ano passado. Quanto aos preços, a perspectiva é de que fiquem um pouco mais altos do que os atuais. Para 2022/2023, tem margem operacional negativa e, para 2023/2024, com o custo caindo e uma leve alta do preço, a margem agrícola volta para o campo positivo, nada excepcional, mas melhor em relação à safra 2022/2023.

O cenário de margens comprimidas em 2022/2023 deve influenciar a decisão do produtor brasileiro para a safra 2023/2024, com possibilidade de queda para a área plantada de milho na safra de verão (1ª safra 2023/2024) no Brasil, com migração para a soja. Para a safra 2023/2024, os preços atuais do milho praticamente empatam com os custos operacionais e o produtor tende a reduzir o pacote tecnológico e deixar de cultivar áreas marginais. Além disso, na 2ª safra de 2024 pode ser difícil repetir o clima favorável em praticamente todas as regiões produtoras observado neste ano. É difícil dizer que essa produtividade observada este ano siga no ano que vem. Pode haver alguma diminuição na produção brasileira, mas nada excepcional.

O reaquecimento do conflito Rússia-Ucrânia e a suspensão do acordo de exportação do Mar Negro, que deram suporte aos preços dos grãos na Bolsa de Chicago em julho, podem ter efeito menos prolongado sobre as cotações do que no ano passado. Mas, o cenário é incerto. Como a Ucrânia tem mais ou menos metade da safra que tinha no passado, e muito menos grãos do que no ano anterior, isso mitigou um pouco o problema, caso de fato não saia mais nada dali pelo Mar Negro ou outras vias. Além disso, a oferta de milho está em recomposição nos Estados Unidos e na Europa, e a Rússia poderá continuar exportando a sua produção. Imaginar que isso vá virar uma nova hecatombe parece um pouco precipitado pelo tamanho que virou a produção ucraniana, pela possibilidade de alguma solução e pelo momento dos grãos no mundo, em que o clima permitiu safras melhores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.