25/Jul/2023
O governo da Argentina publicou nesta segunda-feira (24/07) dois decretos no Boletín Oficial que oficializam mudanças anunciadas no domingo (23/07), quando também foi dito que houve um acordo inicial para renegociar o pacote de ajuda com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Um documento oficial menciona uma nova cotação para as exportações de alguns produtos regionais e, em outro dos decretos, o Impuesto Para una Argentina Inclusiva y Solidaria (PAIS) é estendido também para a compra de dólares para poupança e importação. O governo busca contornar o quadro de crise econômica, com inflação elevada e crescimento fraco ou mesmo contração, enquanto almeja elevar as reservas, evitando o aprofundamento dos problemas. Um dos decretos menciona que o câmbio para alguns produtos de economias regionais estará em 340 pesos por dólar.
Na importação de bens, esse imposto PAIS será generalizado em 7,5%, mas com algumas exceções, como medicamentos, além de insumos e intermediários para a cesta básica e combustíveis, isentos. Para o La Nación, uma "surpresa" da comunicação no diário oficial é que não é mencionado o milho entre os produtos que receberiam um câmbio mais favorável, como havia sido dito inicialmente. O próprio jornal acrescenta que faltaria para isso uma resolução da Secretaria da Agricultura. O La Nación destaca ainda que o governo agora generaliza o imposto PAIS, criado em 2019, com uma alíquota de 25% para os serviços, exceto fretes (estes com 7,5%); saúde e educação, isentos; e shows (30%). O novo câmbio para a importação terá um piso de 338 pesos e irá sendo ajustado por desvalorização periódicas do Banco Central.
O Clarín, por sua vez, menciona o fato de que o dólar para poupança agora se torna mais caro no país, e disse que o pré-acordo com o FMI busca acalmar a pressão sobre o dólar. A assinatura do pacto com o FMI poderia ocorrer nesta semana e incluiria um desembolso de US$ 10 bilhões neste ano, o que garantiria que o país evitasse um calote em 2023. Na imprensa oficial, a agência Télam traz na manchete declaração dada do ministro da Economia, Sergio Massa, que previu um pacote “muito grande" de desembolsos do FMI em agosto e um adicional, em novembro. Ele afirmou que o acordo com o FMI permitirá ao país recuperar a possibilidade de intervir no mercado bancário e ainda poderá tirar a discussão com o FMI da campanha eleitoral, antes das eleições gerais, no fim de outubro. Massa é o candidato da coalizão governista, mas as pesquisas sugerem quadro difícil para a situação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.