24/Jul/2023
Depois de três rodadas do chamado "dólar soja", a Argentina se prepara agora para mais um câmbio específico e as conversas de bastidores dão conta de que poderia se tratar de uma taxa específica para o milho. As informações preliminares da mídia argentina não trazem mais detalhes, porém, o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, afirmou que além do milho, as chamadas 'economias regionais' como girassol, sorgo e cevada também poderiam ser favorecidas. Mais do que isso, ele sinalizou uma melhora da taxa dos atuais 300 pesos por um dólar para algo entre 340 e 350 pesos, valendo até 31 de agosto. Segundo a Globaltecnos, informações oficiais ainda não foram divulgadas e a expectativa é de que cheguem até segunda-feira (24/07).
Seria um novo dólar para o agro que não incluiria a soja, mas o milho, além de sorgo, cevada e girassol. Haveria também uma medida para a importação de alguns produtos, o que também poderia afetar o setor agro. Assim como nas ocasiões anteriores, a chegada demais um dólar específico para o setor não agrada as lideranças do agronegócio argentino e poderiam gerar mais uma distorção do atual cenário econômico do país. Afinal, apesar do estímulo que a moeda diferenciada traz às exportações de grãos, é sabido que a medida está apenas travestindo a real intenção do governo de arrecadar divisas e para saldar seus compromissos financeiros. O objetivo do governo é de arrecadar aos menos US$ 2 bilhões nesta nova rodada.
Para a Sociedade Rural Argentina (SRA), este tipo de medida deixa descoberto os desequilíbrios macroeconômicos do país. A Câmara da Indústria de Óleos da República Argentina (Ciara) e o Centro Exportador de Cereais (CEC) afirmaram que o melhor seria a adoção de um câmbio unificado e competitivo para o agro da Argentina. Ciara e CEC não estão em nenhuma mesa de negociação sobre a ferramenta. Estes sistemas transitórios geram muitas distorções de mercado, prejudicam a exportação e, na sequência, todas as demais cadeias de valor. A Argentina atravessa uma realidade macroeconômica muito complexa e difícil, mas o melhor é tratar de fazer esforços que possam garantir uma normalização das condições de mercado. Fonte: Notícias Agrícolas. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.