20/Jul/2023
A Agroconsult projetou nesta quarta-feira (19/07), em evento de encerramento da etapa milho do Rally da Safra, produção brasileira de milho na 2ª safra de 2023 em 107,2 milhões de toneladas, 16% acima do ciclo anterior. A projeção representa aumento de 4,8 milhões de toneladas ante a estimativa feita em maio. A área plantada foi estimada em 16,9 milhões de hectares, crescimento de 1,2% ante a safra passada. A produtividade na 2ª safra de 2023 foi projetada em 105,5 sacas de 60 quilos por hectare (+14,8% ante 2021/2022). A produção total de milho no Brasil poderá chegar a 137,4 milhões de toneladas, volume 16,1% superior ao do ciclo anterior.
A colheita da 2ª safra de 2023 pode se estender até setembro, em função do alongamento do ciclo da soja, muitas regiões adotaram um calendário que não foi favorável ao cereal. Por causa disso, o ritmo de crescimento de produção não foi o mesmo nesta temporada. Em contrapartida, não há problema climático futuro que afete a produtividade, pois o potencial das lavouras já está definido. A melhor distribuição das chuvas no ciclo e o bom desempenho das lavouras tardias favoreceram o resultado da safra de milho deste ano. No tocante à infestação pela cigarrinha, os danos hoje são muito menores não só pelo clima menos propício ao desenvolvimento da praga, mas pelo manejo eficiente no campo.
O produtor vai aprendendo a manejar essas novas pragas e novas doenças que vão aparecendo e conseguindo reduzir o seu dano. O destaque de produtividade de milho nesta temporada é o estado de Mato Grosso, com 120,1 sacas de 60 quilos por hectare. O resultado ficou 4 sacas de 60 quilos por hectare acima da projeção feita na largada da expedição e é 15% superior ao obtido na safra passada. O resultado se deve, em especial, à melhor distribuição de chuvas, que permitiu um bom desempenho das lavouras precoces, médias e, principalmente, as tardias. A área plantada com o cereal em Mato Grosso é de 7,43 milhões de hectares, 8,9% maior que a da safra passada, e a produção deverá superar 53,5 milhões de toneladas. Goiás ficou em segundo lugar em produtividade, com 116,9 sacas de 60 quilos por hectare, ante uma projeção inicial de 114 sacas de 60 quilos por hectare.
O resultado é 44% maior que na safra passada, de 81,3 sacas de 60 quilos por hectare. Mato Grosso do Sul também deve registrar recorde de produtividade na 2ª safra de milho de 2023, com 96,5 sacas de 60 quilos por hectare. O resultado é esperado mesmo com atraso na colheita, que alcança 8% da área cultivada. O Paraná deve colher 96,6 sacas de 60 quilos por hectare. No Estado, a colheita atinge 5% da área plantada. A produtividade no Paraná não será maior porque a região norte do Estado foi afetada pela estiagem em maio, que limitou o potencial produtivo. O Brasil deve exportar na temporada 2022/2023 54,1 milhões de toneladas de milho. O consumo interno deve alcançar 81,3 milhões de toneladas.
O milho do Brasil já é o mais competitivo do mundo para a China, US$ 20,00 por tonelada abaixo do valor do cereal dos Estados Unidos. Nesse sentido, os maiores gargalos não são os concorrentes, mas sim questões envolvendo restrições de logística nos portos e déficit de armazenagem. Ainda há um grande volume de soja a ser exportado. Sobre possíveis benefícios ao Brasil do fim do acordo de exportação de grãos do Mar Negro, em tese, este seria um estímulo adicional por uma restrição colocada a um dos competidores, mas na prática os desafios são os portos brasileiros. O grande limitador é quanto o Brasil será capaz de exportar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.