19/Jul/2023
Os futuros de milho negociados na Bolsa de Chicago fecharam em forte alta nesta terça-feira (18/07), após um ataque russo à cidade portuária de Odessa, na Ucrânia. O ataque ocorreu um dia após a Rússia ter abandonado o acordo de exportação de grãos do Mar Negro. Isso aumenta as preocupações de que a Rússia esteja intensificando a agressividade na guerra. A preocupação crescente é de que os portos ucranianos em breve sejam minados para impedir uma ofensiva russa pelo mar ou limitar o comércio nos três portos abertos.
Odessa havia escapado em grande parte de ataques enquanto o acordo estava em vigor. O vencimento dezembro do milho avançou 28,50 cents (5,63%) e fechou a US$ 5,34 por bushel. Segundo o Commerzbank, as consequências do fim do acordo do Mar Negro são muito mais graves para o mercado de milho do que para o de trigo. Isso porque a Ucrânia deve ser responsável por 10% das exportações globais de milho em 2023/2024, ante 5% das de trigo, de acordo com estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Além disso, o corredor de grãos vinha sendo usado principalmente para exportar milho.
Agora, as exportações de grãos por via marítima só seriam possíveis a um preço muito mais alto, por causa do risco de ataques da Rússia. Resta saber se as companhias marítimas e de seguros estarão dispostas a assumir tal risco. Os ganhos também foram sustentados pelo fortalecimento do petróleo, que melhora a competitividade relativa do etanol. Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com milho. O USDA informou que 57% da safra de milho dos Estados Unidos apresentava condição boa ou excelente até o dia 16 de julho, melhora de 2% ante a semana anterior. Na data correspondente do ano passado, essa parcela era de 64%.