05/Jul/2023
O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) estimou em R$ 1 bilhão os recursos necessários para eventual realização de leilões de Prêmios de Escoamento de Produto (PEP) e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) em apoio à comercialização da safra de milho do Estado. O cálculo leva em consideração os R$ 8,00 por saca de 60 Kg, diferença entre o preço atual do cereal no mercado de Mato Grosso, de R$ 35,00 por saca de 60 Kg, e o Preço Mínimo de garantia (que cobre os custos de produção) de R$ 43,00 por saca de 60 Kg e o volume de 8 milhões de toneladas de Mato Grosso escoado por meio desses leilões na última vez que o governo apoiou a comercialização de milho, em 2017.
Na ocasião, o governo desembolsou R$ 500 milhões para leilões de PEP e Pepro, que foram muito efetivos e ajudaram a estabilidade dos preços. A diferença agora entre o Preço Mínimo e o preço praticado no mercado, de R$ 8,00 por saca de 60 Kg é bem maior do que em 2017, quando ficava na casa de R$ 3,00 a R$ 4,00 por saca de 60 Kg. No cálculo, foi considerado escoamento de 8 milhões de toneladas, mas, se o governo atender de fato às necessidades do Estado, teria de liberar um valor superior a R$ 1 bilhão, pois, de 2017 para cá a produção do Estado aumentou de 29 milhões de toneladas para 50 milhões de toneladas, o que demandaria a remoção de cerca de 15 milhões de toneladas para manter a proporção de cerca de 30% da safra.
Trata-se de 7 milhões de toneladas a mais, se considerar a diferença de uma safra para outra (2016/2017 para 2022/2023). Com o mesmo, seria praticamente R$ 1 bilhão em prêmios. O anúncio de Aquisição do Governo Federal (AGF) de 500 mil toneladas para repor estoques de passagem é positivo, mas insuficiente diante do tamanho da produção de milho. O cereal adquirido poderá ser estocado em armazéns próprios da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ou em unidade armazenadora credenciada pela estatal. Para a Câmara Setorial de Equipamentos de Armazenagem da Abimaq, o AGF esbarra justamente na falta de armazenagem adequada.
Mesmo que haja aquisição, a questão é onde vai armazenar. Não há espaço suficiente. Seria necessário o Brasil exportar mais de 50 milhões de toneladas de milho para os volumes da safra 2022/2023 não encavalarem com a estocagem da próxima safra. A Aprosoja Brasil reforçou, no caso de AGF, a necessidade de remover o produto vendido pelos produtores aos Estados consumidores. É preciso conscientizar o governo de que, ao fazer essa aquisição, automaticamente tem que tratar da remoção desse produto de Mato Grosso para os Estados que necessitam do milho, senão haverá mais problemas ainda na armazenagem. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.