24/Mai/2023
A Agroconsult projeta uma produção de 102,4 milhões de toneladas de milho na 2ª safra de 2023. O volume, se confirmado, será 11% superior à produção do ciclo 2021/2022, de 92,2 milhões de toneladas. Em março, a projeção era de 97,2 milhões de toneladas na temporada. A área plantada com milho na 2ª safra de 2023 é projetada agora em 16,7 milhões de hectares, 0,02% menor do que os 16,7 milhões de hectares cultivados em 2021/2022. O alongamento do ciclo da soja acabou levando a um adiamento do cultivo do cereal para um período de maior risco climático, o que levou parte dos produtores a deixar de semear milho. Mais de 700 mil hectares (728 mil hectares, precisamente) deixaram de ser plantados nesta safra por causa das condições climáticas. O produtor não quis tomar esse risco.
A área de 728 mil hectares não cultivada se refere à diferença entre a área projetada em janeiro deste ano para a 2ª safra de 2023, de 17,436 milhões de hectares, e a estimativa atual, de 16,708 milhões de hectares. A produtividade média está projetada em 102,1 sacas de 60 Kg por hectare nas lavouras de milho 2ª safra de 2023, recorde para o Brasil. O rendimento é 11% maior do que as 91,9 sacas de 60 Kg por hectare registrados em 2021/2022. Mato Grosso deve atingir produtividade média de 116 sacas de 60 Kg por hectare, ante 105 sacas de 60 Kg por hectare na safra passada. Goiás deve obter maior rendimento médio, de 114 sacas de 60 Kg por hectare, ante 81 sacas de 60 Kg por hectare em 2021/2022. Os Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais podem deixar de colher 20 milhões de toneladas de milho na 2ª safra de 2023, a depender do efeito do menor volume de chuvas a partir de maio e do clima nas próximas semanas.
O potencial de perda em Mato Grosso do Sul é de 7,3 milhões de toneladas de milho; no Paraná, de 8,9 milhões de toneladas, e em São Paulo e Minas Gerais, 1,9 milhão de toneladas cada. Nesses Estados, o percentual de produção assegurada é muito baixo, há risco associado à escassez de chuvas. No Paraná, há risco de geadas, mas não há previsão de geadas para os próximos 30 dias, o que é muito positivo. Em Mato Grosso do Sul, 71% do plantio foi realizado fora da janela ideal e somente 40% da produção estava assegurada até o dia 22 de maio. No Paraná, 39% da safra estava garantida até 22 de maio, com 64% da semeadura feita fora do período ideal. No Estado de São Paulo, 78% das lavouras foram semeadas fora do prazo ideal e, até dia 22 de maio, somente 34% da produção estava assegurada.
Em Minas Gerais, onde 75% da semeadura ocorreu em janela de alto risco climático, apenas 20% da produção está garantida. Considerando Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Piauí (estes dois últimos Estados também plantaram em período de alto risco climático), a área cultivada fora da janela recomendada foi de aproximadamente 6 milhões de hectares. Uma vez que se plante em um momento de alto risco, não significa que o produtor terá perda de produtividade. O que passa a contar é o clima. Em outros Estados da Região Centro-Oeste, como Mato Grosso e Goiás, em especial, o clima nos meses de março e abril foi excelente para as atividades de campo, com chuvas acima da média em grande parte da região. Até o dia 22 de maio, 85% da produção de Mato Grosso estava assegurada com alto potencial; em Goiás, 68%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.