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08/Mai/2023

Tendência é baixista para preços do milho no Brasil

A tendência é baixista para os preços do milho no mercado brasileiro, com a expectativa de colheita recorde na 2ª safra de 2023. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros para a safra 2023/2024 estão oscilando entre US$ 5,40 e US$ 5,50 por bushel, ante média de 10 anos de US$ 4,64 por bushel. A oferta global em viés de recuperação, com 2ª safra recorde no Brasil em 2023 e projeção de aumento da produção em 2023/2024 nos EUA. Os prêmios estão negativos nos portos brasileiros, com o déficit de capacidade de armazenagem e a expectativa de safra recorde reduzindo a paridade de exportação, provocando queda acentuada dos preços internos. O clima favorável na maior parte de abril e nestes primeiros dias de maio vem auxiliando o desenvolvimento das lavouras de milho no Brasil. Nos Estados Unidos, o clima ajuda o avanço da semeadura, que está em ritmo acima do observado na temporada anterior. Assim, as expectativas de produção são positivas tanto para a safra nacional quanto para a norte-americana. Esse contexto mantém em queda os preços do milho na maior parte das regiões.

Na região de Campinas (SP), os valores registram baixas diárias consecutivas desde o final de março. Vale lembrar que, geralmente, esta época do ano é marcada por preços mais firmes, devido aos baixos estoques no primeiro semestre e a problemas logísticos, em decorrência da prioridade das entregas de soja. No entanto, neste ano, os vendedores brasileiros estão ativos no spot, dispostos a negociar os lotes da safra verão e a realizar contratos para o segundo semestre. Os compradores, por sua vez, seguem na expectativa de quedas mais intensas nos preços e, dessa forma, postergam as aquisições. No mercado externo, o clima favorável no Brasil e o avanço da semeadura nos Estados Unidos até pressionaram os valores, mas preocupações com as exportações de milho pelo Mar Negro dão suporte às cotações. Na sexta-feira (05/05), representantes do Leste Europeu se reuniram para discutir novo acordo de exportação, que expirará em 18 de maio.

Além disso, a redução dos estoques de etanol nos Estados Unidos também eleva os valores do milho. Em 28 de abril, os estoques somavam 23,4 milhões de barris, 3,7% abaixo dos da semana anterior e o menor volume desde o começo de dezembro de 2022, segundo a Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) acumula 26 dias úteis consecutivos de queda, operando atualmente no menor patamar nominal desde setembro de 2020. O Indicador está cotado a R$ 62,85 por saca de 60 Kg, expressiva baixa de 7,2% nos últimos sete dias. Em um ano, a retração é de 28%. Em diversas regiões, as desvalorizações também são intensas, com destaque para Mato Grosso e Mato Grosso Sul, onde as quedas superam os 10% nos últimos sete dias. Nos últimos sete dias, as cotações no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram baixa de 5,4%. No mercado de lotes (negociações entre empresas), a queda é de 5,7% no período.

Os contratos futuros da B3 também seguem recuando. O vencimento Maio/2023 tem desvalorização de 2,8% nos últimos sete dias, a R$ 62,47 por saca de 60 Kg. Os contratos Julho/2023 e Setembro/2023 apresentam recuo de 2,5% e 2,2%, respectivamente, a R$ 61,80 por saca de 60 Kg e a R$ 63,81 por saca de 60 Kg. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Maio/2023 e Julho/2023 registram alta de 3,1% e 1,3% respectivamente, nos últimos sete dias, a US$ 6,46 por bushel e a US$ 5,89 por bushel, nesta ordem. Diante da expectativa de boa oferta para o segundo semestre, agentes seguem atentos às oportunidades de negócios para exportação. Porém, os valores estão em queda. Nesta primeira semana de maio, as ofertas de compra e venda para embarque em julho e agosto registram médias de R$ 64,05 por saca de 60 Kg e de R$ 62,76 por saca de 60 Kg, sendo 14% e 9% menores que as de abril/2022. Nos últimos sete dias, a queda no Porto de Paranaguá (PR) é de 2,1%.

Quanto aos embarques, segundo os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram exportadas 470 mil toneladas de milho em abril, bem abaixo do 1,3 milhão de toneladas escoadas em março/2023 e 31% inferiores às de abril/2022. No campo, o desenvolvimento da safra tem sido apontado como satisfatório, fazendo com que as estimativas de produção aumentem. A colheita da 2ª safra de 2023 ainda não foi iniciada, mas 43,4% das lavouras estão em estágio de floração; 32,5%, em desenvolvimento vegetativo; 23,2%, em período de enchimento; e o restante, divididos entre emergência e maturação, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgados no dia 1º de maio. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicou que, devido ao aumento da produtividade, a produção de milho no Estado pode somar 47 milhões de toneladas, elevação de 1,27% frente aos dados de abril e 7% superior à da temporada 2021/2022.

Para a safra de verão (1ª safra 2022/2023), a Conab indicou que a colheita somava 63,6% da área até o dia 29 de abril, avanço semanal de 4%, 4,6% atrasados em relação à temporada anterior. Especificamente no Paraná, dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontam que 90% das lavouras haviam sido colhidas até o dia 30 de abril, sendo que o restante está em fase de maturação. Para o Rio Grande do Sul, a Emater-RS relatou que a colheita foi realizada em 84% das lavouras até o dia 4 de maio, com as outras 10% em maturação e 6%, em fase de enchimento de grão. A produção do Estado está estimada em 3,59 milhões de toneladas, 20% maior que a do ano anterior. Na Argentina, a colheita chegou 19,7% da área nacional até o dia 4 de maio, avanço de apenas 2,2%. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 30 de abril, 26% da safra norte-americana foi semeada, contra 14% na semana anterior e 13% no mesmo período de 2022. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.