27/Abr/2023
Os preços do milho continuam caindo no spot, o que tem afugentado os vendedores da mesa de negociação. As indústrias estão abastecidas e demandam pouco, o que contribui para pressionar as cotações. Além disso, a expectativa de uma 2ª safra de 2023 recorde na Região Centro-Oeste reforça a expectativa de desvalorização futura do grão nas regiões produtoras. No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, os compradores estão reduzindo a demanda e indicam entre R$ 66,00 e R$ 67,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias e R$ 70,00 por saca de 60 Kg CIF Serra Gaúcha, nos mesmos prazos.
Os compradores trouxeram grande volume de milho de fora do Estado na safra passada, que também teve quebra de produção, e devem repetir esse movimento neste ano. Para a safra 2023/2024, os produtores estão se questionando sobre a área plantada e observando as perspectivas para o clima durante a safra após três anos seguidos de La Niña. A grande maioria dos compradores está fora das negociações. Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, a queda expressiva dos preços do milho no spot nos últimos dias afasta o produtor da negociação.
Os compradores indicam R$ 58,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Os preços estão caindo porque os compradores estão abastecidos e, além disso, há perspectiva de uma 2ª safra de 2023 cheia. O mercado exportador também está recuando. Sem liquidez, os preços caem, mas os produtores ainda estão segurando o grão. Em relação ao milho da 2ª safra de 2023, a negociação está travada. Os compradores indicam R$ 50,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em julho e pagamento em agosto. Os produtores preferem segurar a negociação antecipada. De todo modo, a negociação antecipada da 2ª safra de 2023 pode destravar.