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24/Abr/2023

Tendência é de baixa dos preços do milho no Brasil

A tendência é baixista para os preços do milho no mercado brasileiro, com a expectativa de colheita recorde na 2ª safra de 2023 e prêmios negativos nos portos brasileiros. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros para o primeiro semestre de 2023 oscilam no intervalo entre US$ 6,20 a US$ 6,70 por bushel, enquanto os contratos com vencimentos no segundo semestre de 2023 variam de US$ 5,50 a US$ 5,70 por bushel. As cotações do milho continuam em queda no mercado brasileiro, com as variações negativas sendo ainda mais expressivas que nas semanas anteriores. A menor demanda, a melhora no ritmo da colheita da safra de verão (1ª safra 2022/2023), que eleva a oferta em todas as regiões, e o desenvolvimento satisfatório da 2ª safra de 2023 (que se aproxima do final da semeadura) são os fatores de pressão sobre os valores. Em muitas regiões, mas, sobretudo nas do Centro-Oeste e Sul, embora os produtores deem prioridade para a colheita da soja, a dificuldade de armazenamento da oleaginosa (que deve registrar produção recorde) e do milho leva os vendedores a aumentar a oferta.

Os compradores se mantêm afastados, atentos à elevada oferta e à espera de quedas ainda mais intensa nos preços, principalmente no segundo semestre, quando se inicia a colheita da 2ª safra. Esse cenário tem mantido lentas as negociações. Assim, nem mesmo as recentes preocupações com a safra dos Estados Unidos e na Argentina são suficientes para limitar as baixas no Brasil. Nos Estados Unidos, o excesso de umidade e a possibilidade de neve pode interromper o avanço da semeadura, enquanto na Argentina a Bolsa de Cereais de Buenos Aires afirma redução de 16 milhões de toneladas na atual temporada 2022/2023, que deve somar apenas 36 milhões de toneladas. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) registra recuo de 5,4% nos últimos sete dias, cotado a R$ 72,76 por saca de 60 Kg, esse é o menor valor nominal desde o dia 19 de outubro de 2020 (R$ 71,49 por saca de 60 Kg).

Nos últimos sete dias, as baixas são de 8% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 7% mercado no de lotes (negociação entre empresas). Assim como no mercado interno, os preços na B3 atingem as mínimas para os contratos de 2023, influenciados pelas expectativas de oferta abundante. O vencimento Maio/2023 apresenta baixa de 6% nos últimos sete dias, a R$ 68,98 por saca de 60 Kg, e o Julho/2023 tem queda de 7,7%, a R$ 68,61 por saca de 60 Kg. Quanto aos preços internacionais, as preocupações com o atraso da semeadura nos Estados Unidos, devido às previsões de chuvas e à possibilidade de geadas e/ou neve, fazem com que os produtores limitem as negociações da nova safra. Assim, os futuros na Bolsa de Chicago estão em alta. Os vencimentos Maio/2023 e Julho/2023 registram avanço de 3% e 1,7% nos últimos sete dias, cotados a US$ 6,72 por bushel e a US$ 6,36 por bushel, respectivamente.

Mesmo diante das valorizações externa e do dólar, os preços estão recuando nos portos brasileiros. No Porto de Paranaguá (PR), a queda é de 6,3% nos últimos sete dias, com média a R$ 75,23 por saca de 60 Kg. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em nove dias úteis de abril, o Brasil embarcou 351,07 mil toneladas de milho, praticamente metade do embarcado em todo abril/2022 e bem acima da quantidade estimada pela Associação Nacional de Exportadores de Cerais (Anec), de 186,6 mil toneladas. Enquanto os produtores dos Estados Unidos se atentam aos possíveis impactos do clima sobre as lavouras, no Brasil, chuvas intercaladas com sol favorecem o desenvolvimento da 2ª safra de 2023 e auxiliam a finalização da colheita da safra verão (1ª safra 2022/2023). Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 15 de abril, 99,8% da área da 2ª safra de 2023 havia sido semeada, restando apenas o estado de São Paulo para finalização da implantação da área nacional.

No Paraná, chuvas ajudam nas condições das lavouras. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) do dia 17 de abril mostram que 97% das lavouras apresentaram boas condições e apenas 3% estavam em situação mediana. Quanto às fases, a maior parte (86%) está em desenvolvimento vegetativo. Em Mato Grosso do Sul, a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul) indicou até que, o dia 14 de abril, 99,1% da área havia sido semeada. Quanto à safra de verão (1ª safra 2022/2023), o ritmo de colheita é mais lento, com avanço de apenas 3,6% em uma semana. Segundo a Conab, 54,8% da área nacional foi colhida até o dia 15 de abril. Os progressos mais representativos ocorreram em Minas Gerais e no Paraná, com 56% e 78% colhido. Nos Estados Unidos, agentes aguardavam que o percentual semeado fosse de 10%, mas as atividades foram mais lentas, e apenas 8% da área nacional havia sido implantada até o dia 16 de abril, avanço semanal de 5%. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.