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10/Abr/2023

Tendência é baixista para preços do milho no Brasil

Abril se iniciou com os preços do milho em baixa, movimento que vem sendo registrado na maior parte das regiões desde meados de março. Os produtores brasileiros que, no começo do ano, estavam apreensivos com o atraso na semeadura, agora estão mais otimistas com a produção, sobretudo devido às condições climáticas favoráveis até o momento. Assim, estes agentes estão focados na finalização da colheita da safra de verão (1ª safra 2022/2023) e na semeadura da 2ª safra de 2023. Nos Estados Unidos e na Argentina, outros importantes países produtores, as situações são distintas. Enquanto nos Estados Unidos a semeadura foi iniciada no final de março, com expectativas de boa safra, na Argentina, o avanço da colheita vem evidenciando a menor produtividade. No Brasil, até o momento, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que a produção de 2022/2023 deve somar 124,67 milhões de toneladas, 10% acima da de 2021/2022.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a temporada norte-americana 2022/2023 totalize 348,75 milhões de toneladas, e a 2023/2024, cuja semeadura foi iniciada há algumas semanas, deve ser ainda maior. Na Argentina, a redução entre esta temporada e a anterior será de 16 milhões de toneladas, com produção de 36 milhões de toneladas, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Assim, diante da expectativa de produção nacional mais elevada, os consumidores se mantêm afastados das negociações, à espera de queda nos preços do milho. Esses demandantes também estão atentos ao fato de muitos produtores indicarem já não ter espaço nos armazéns. Nos portos, mesmo com a maior flexibilidade de vendedores, as negociações estão recuando a cada semana. As intenções de compra são para exportar apenas a partir de agosto. Com as novas baixas, os preços médios atuais já operam abaixo dos de março em muitas regiões, como oeste do Paraná, Passo Fundo (RS), Rio Verde (GO) e Rondonópolis (MT).

Nos últimos sete dias, as baixas são de 0,8% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,9% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na região consumidora de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&F registra baixa de 2,4% nos últimos sete dias, cotado a R$ 80,89 por saca de 60 Kg, o menor patamar desde 25 de julho de 2022, quando o Indicador fechou com média de R$ 80,20 por saca de 60 Kg. No Porto de Paranaguá (PR), pressionado pela demanda enfraquecida e pela queda do dólar nos últimos dias, o milho tem média de R$ 85,47 por saca de 60 Kg, baixa de 3,8% nos últimos sete dias. Na B3, os contratos apresentam comportamentos distintos, com o vencimento Maio/2923 influenciado pelo baixo ritmo de negócios. Assim, este primeiro vencimento apresenta queda de 1,3% nos últimos sete dias, indo para R$ 80,02 por saca de 60 Kg. Já os contratos Julho/2023 e Setembro/2023 têm avanços de 0,4% e 0,1%, a R$ 80,40 por saca de 60 Kg e R$ 80,22 por saca de 60 Kg, respectivamente.

Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2023 registra leve alta de 0,5% nos últimos sete dias, a US$ 6,52 por bushel. O contrato Julho/2023 se mantém estável, a US$ 6,27 por bushel. Os vencimentos iniciaram a semana passada em alta, impulsionados pela demanda aquecida por parte da China, mas, a partir do dia 4 de abril, voltaram a recuar, devido às boas expectativas quanto à semeadura e à desvalorização do trigo. No Brasil, a colheita da safra de verão (1ª safra 2022/2023) e a semeadura da 2ª safra de 2023 foram favorecidas pelo tempo firme. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 1º de abril, a colheita da safra de verão (1ª safra 2022/2023) chegou a 47,6% da área, e a semeadura da 2ª safra de 2023, a 96,3% da área estimada, avanços semanais de 6% e de 5%. A semeadura da 2ª safra de 2023 está praticamente concluída em Mato Grosso, somando 99,78% da área, de acordo com informações do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) do dia 31 de março.

Em Mato Grosso do Sul, os produtores seguem atentos ao risco climático, devido ao atraso registrado nesta temporada. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), a semeadura totalizou, até o dia 31 de março, 84% da área estadual. No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontou, no dia 3 de abril, que a área implantada é de 99%. Na safra de verão (1ª safra 2022/2023), a prioridade da soja limita, em partes, avanços mais expressivos do cereal. No Paraná, a colheita havia alcançado 70% da área estadual até o dia 3 de abril, segundo o Deral/Seab. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 2% da safra de milho do país havia sido semeada até o dia 2 de abril, mesmo percentual da temporada anterior e dentro da média das últimas cinco temporadas (2018-2022). Na Argentina, a colheita do milho totalizou 10,4% da área cultivada, segundo dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Fonte: Cepea.