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03/Abr/2023

Tendência é baixista para preços do milho no Brasil

No curto prazo, a tendência é baixista para os preços do milho no mercado brasileiro. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros para o primeiro semestre de 2023 oscilam no intervalo entre US$ 6,35 a US$ 6,58 por bushel, enquanto os contratos com vencimentos no segundo semestre de 2023 variam de US$ 5,60 a US$ 5,77 por bushel. Enquanto os produtores mostram necessidade de escoar a produção da safra de verão (1ª safra 2022/2023), os compradores nacionais e externos limitam as aquisições. Nesse cenário, os preços do milho seguem em queda no Brasil. Do lado vendedor, muitos estão mais flexíveis nos valores de negociação e dispostos a realizar entregas imediatas. Esse cenário é verificado em muitas regiões, mas sobretudo nas produtoras da safra de verão (1ª safra), como o Paraná. Os produtores também dão preferência em vender o milho em detrimento da soja, seja para aguardar valorizações mais intensas para a oleaginosa, seja porque não possuem mais espaços para armazenar o cereal.

Do lado da demanda, o consumidor brasileiro tem limitado o volume de negociações, pois sinaliza ter estoques para o curto prazo. Outros aproveitam as oportunidades atuais de maior oferta para adquirir o cereal a valores mais baixos. Quanto aos exportadores, as compras no spot estão em ritmo muito lento, mas os embarques (que envolvem o milho adquirido em semanas anteriores) estão intensos. Os agentes indicam interesse no fechamento de contratos para exportação no segundo semestre, porém, a preços em patamares inferiores aos atuais. Quanto à 2ª safra de 2023, os produtores tentam realizar negócios antecipados, mas os compradores estão cautelosos, optando por aguardar maior progresso das lavouras. Nos últimos sete dias, as baixas são de 2,5% no valor do milho no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,4% no mercado de lotes (negociações entre empresas).

O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) registra recuo de 1,2% nos últimos sete dias e 3,7% em março, a R$ 82,90 por saca de 60 Kg o menor patamar, em termos nominais, desde 24 de agosto de 2022 (R$ 82,77 por saca de 60 Kg). Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de março (18 dias úteis), o Brasil exportou 1,13 milhão de toneladas de milho, volume 99% maior que o do mesmo período do ano passado e superior às 900 mil toneladas estimadas pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) para março. Quanto aos preços nos portos, estão firmes, sustentados pelo forte avanço externo. A desvalorização do dólar limita as altas. No mercado disponível do Porto de Paranaguá (PR), a cotação tem média de R$ 88,86 por saca de 60 Kg, alta de 0,5% nos últimos sete dias. No entanto, no acumulado do mês de março, observa-se queda, de 1,4%.

Os trabalhos de campo seguem avançando no Brasil, favorecidos pela diminuição do volume de chuvas. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 25 de março, a colheita da safra de verão (1ª safra 2022/2023) chegou a 41% da área, e a semeadura da 2ª safra de 2023, alcançou 91,1% da área estimada, respectivos avanços semanais de 6% e 7%. No entanto, entre as temporadas 2021/2022 e 2022/2023, os atrasos são de 5% e de 7%, na mesma ordem. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), até o dia 24 de março, a semeadura da 2ª safra de 2023 estava praticamente concluída em Mato Grosso, somando 99% da área. Em Mato Grosso do Sul, os produtores seguem atentos ao risco climático, devido ao atraso apresentado nesta temporada. A semeadura está 24% atrasada em relação a 2022, somando, até o dia 24 de março, 71,2% da área estadual.

No Paraná, no dia 27 de março, a área implantada é de 93%, avanço semanal de 16%. Na safra verão (1ª safra 2022/2023), a prioridade da soja limita em partes avanços mais expressivos do cereal. No Paraná, a colheita alcançou 63% da área estadual até o dia 27 de março, progresso semanal de 9%. No Rio Grande do Sul, a produtividade varia entre as regiões, e a colheita soma 77% da área segundo a Emater-RS, pequeno avanço semanal de 3%. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita do milho na Argentina chegou a 7% da área, com as produtividades mantendo a tendência de baixa. A produção nacional da safra 2022/2023 está prevista em 36 milhões de toneladas, 16 milhões de toneladas a menos que a safra anterior. Nos Estados Unidos, o USDA indicou que a área semeada em 2023/2024 deve atingir 37,23 milhões de hectares, 3,8% acima das 35,85 milhões de hectares em 2022/2023. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.