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31/Mar/2023

RS: estiagem afeta todas as culturas e a pecuária

A safra brasileira de grãos indica mais um recorde para 2023, totalizando 298 milhões de toneladas, de acordo com a previsão de fevereiro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo IBGE. Em relação a janeiro, a estimativa registrou redução de 1,3% (3,9 milhões de toneladas). Os principais declínios nas previsões de produção foram da soja, do milho safra de verão (1ª safra 2022/2023), do milho 2ª safra de 2023 e do arroz. A queda na estimativa ocorreu devido aos fatores climáticos, afetando principalmente a Região Sul. O cenário de seca castiga todas as culturas no Rio Grande Sul. Além do milho e da soja, a criação de gado de corte e a produção de leite seguem afetadas pela falta de chuvas na região. Essa situação motivou uma manifestação pública da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro/RS).

A entidade, que congrega 42 cooperativas do Estado, representando 173 mil produtores, na sua maioria formada por pequenos agricultores, pede que o governo tome medidas urgentes para auxiliar o campo a superar a situação em que se encontra. É o quarto ano de estiagem. Em 2022, foram 400 municípios em situação de emergência. Há falta de ações efetivas do governo e o horizonte é preocupante. As previsões indicam que vai chover menos da média e as temperaturas estarão mais altas. Os pequenos agricultores enfrentam dificuldades, seria importante se tecnificar, evitando ficar refém da falta de planejamento. O último relatório socioeconômico da cadeia produtiva do leite no Rio Grande do Sul demonstra que muitos dos pequenos produtores saíram da atividade, enquanto os grandes permaneceram, investiram e evoluíram.

Isso demonstra que em um cenário de seca e de desafios como pragas de lavouras, exemplo a cigarrinha, o pequeno produtor não usou tecnologia e acabou tendo que sair porque a conta no final do mês não fechava, não obtinha lucro. O grande produtor se adaptou ao novo desafio. Usou tecnologias de monitoramento, irrigação, fertilidade e utilizou resultado de pesquisas para escolha de híbridos de milho mais resistentes aos desafios enfrentados na lavoura para obtenção de uma melhor silagem de milho. É importante ter diferentes culturas para plantio no inverno e verão na alimentação dos animais. O produtor fez uso de muitas culturas de inverno (cevada, trigo, triticale para pré secado ou silagem), e essa estratégia salvou muitas propriedades leiteiras no Estado. Observa-se também um aumento no número de ordenhas robotizadas nas propriedades, se concentrando mais na região norte. Aumentou o número de bovinos confinados em sistema de freestall (para compost, o pessoal está tendo problema com a aquisição de materiais para a reposição da cama).

Em relação à nutrição, muitas propriedades estão no limite de alimento conservado estocado por duas razões: baixa performance da lavoura, devido à seca e cigarrinha, e ao planejamento forrageiro ruim. Isso abriu muitas portas para subprodutos, há cerca de 3 anos se observa a casca de soja, caroço de algodão, DDG, resíduo de cervejaria e polpa cítrica nas propriedades. Esse déficit em silagem precisou ser suprido por outros alimentos, comprados de fora. Há queda nas médias de produção de leite e a situação da reprodução nas propriedades. Em relação a produção e reprodução, observa-se uma queda média de 4 litros/vaca/dia por causa do estresse térmico. A média era de 32 a 34 litros nas fazendas e agora é 28 a 30 litros. Quanto à reprodução, é baixa a taxa de concepção. Fonte: Revista Veja. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.