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20/Mar/2023

Pressão baixista se acentua sobre preços do milho

No curto prazo, a tendência é baixista para os preços do milho no mercado brasileiro, com a curva descendente das cotações futuras nos curto e longo prazos e cenário de oferta recorde no Brasil, com expectativa de forte expansão na produção da 2ª safra de 2023. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros para o primeiro semestre de 2023 oscilam no intervalo entre US$ 6,15 a US$ 6,35 por bushel, enquanto os contratos com vencimentos no segundo semestre de 2023 variam de US$ 5,55 a US$ 5,75 por bushel. Os produtores brasileiros de milho aproveitam a melhora do tempo para intensificar a colheita da safra de verão (1ª safra 2021/2022) e a semeadura da 2ª safra de 2023. Os compradores, atentos a este cenário, se afastam das aquisições no mercado spot nacional, à espera de melhores oportunidades para negociar novos lotes. Diante disso, os preços do milho seguem em queda no Brasil. No mercado internacional, o aumento nas vendas do milho norte-americano à China tem elevado os valores do cereal.

Além disso, incertezas quanto ao acordo sobre o corredor de exportação no Mar Negro e a redução da produção na Argentina também são fatores de preocupação e de suporte aos preços externos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) relatou, no dia 16 de março, que as vendas de milho para a China somaram, em apenas três dias, 1,92 milhão de toneladas. As vendas totais do cereal, na semana encerrada em 9 de março, foram 13% menores que as da semana anterior, mas 28% acima da média das últimas quatro semanas. No Leste Europeu, o acordo de exportação entre Rússia e Ucrânia se encerrou no sábado (18/03) e, agora, os países realizam tratativas para uma extensão desse pacto. Enquanto a Ucrânia busca estender o acordo em, no mínimo, 120 dias, a Rússia indica apenas 60 dias. No caso da Argentina, devido ao clima desfavorável, novos cortes na produção foram apresentados. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a produção estimada é de 36 milhões de toneladas, 16 milhões de toneladas a menos que na temporada anterior e uma das mais baixas desde 2000/2001.

O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP), se mantém nos patamares de R$ 85,00 a R$ 86,00 por saca de 60 Kg, cotado a R$ 85,37 por saca de 60 Kg, com queda de 0,1% nos últimos sete dias. Nos últimos sete dias, os preços registram recuo de 0,5% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e se mantêm estáveis no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na parcial do mês de março, as quedas são de 0,8% e de 0,5%, respectivamente. Na B3, os contratos futuros também estão em queda. O contrato Maio/2023 tem desvalorização de 0,7% nos últimos sete dias, passando para R$ 86,75 por saca de 60 Kg. O vencimento Julho/2023 apresenta alta de leve 0,5%, para R$ 87,04 por saca de 60 Kg. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2023 mostra valorização de 3,5% nos últimos sete dias, a US$ 6,32 por bushel. O contrato Julho/2023 registra alta de 2,4% no mesmo período, a US$ 6,16 por bushel. Outro fator que também deixa os compradores mais ausentes do spot no Brasil é a diminuição no atual ritmo de embarques.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 8 dias úteis de março, os envios brasileiros somaram 731,7 mil toneladas, abaixo das 2,27 milhões de toneladas embarcadas em todo o mês de fevereiro, mas superior às 14,27 mil toneladas enviadas em todo o mês de março/2022. Diante disso, os preços no Porto de Paranaguá (PR) apresentam recuo de 1,5% nos últimos sete dias, a R$ 89,36 por saca de 60 Kg. Mesmo ainda atrasados em relação à temporada anterior, os trabalhos de campo avançaram em todas as regiões produtoras de milho no Brasil. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou que, até o dia 11 de março, 26% da área nacional da safra de verão (1ª safra 2022/2023) havia sido colhida, progresso semanal de 3,7%, mas ainda 7,4% abaixo do registrado na safra 2021/2022. Na Região Sul do País, a principal produtora da safra de verão (1ª safra), os percentuais estão distintos entre os estados.

No Rio Grande do Sul, 68% da área havia sido colhida até o dia 16 de março, acima da média dos últimos cinco anos (de 60%). No Paraná, 43% das lavouras da safra de verão (1ª safra 2022/2023) foram colhidas até o dia 13 de março, avanço semanal de 9%, mas atraso em relação aos 75% da safra anterior. Em Santa Catarina, 45% da área foi colhida, praticamente metade do indicado na temporada anterior. Para 2ª safra de 2023, a semeadura chegou, até o dia 11 de março, em 72,5% da área nacional, segundo os dados da Conab. Em Mato Grosso, 96,4% da área havia sido semeada até o dia 10 de março, avanço de 7%. em relação à semana anterior, e atraso de apenas de 1,5% frente à safra passada. Em Mato Grosso do Sul, devido ao atraso na colheita da soja, a semeadura de milho 2ª safra de 2023 está bem atrasada, chegando, até o dia 10 de março, a 46% da área estadual. No Paraná, a semeadura totaliza 61% da área prevista, contra 87% no mesmo período de 2022. As atividades também avançaram em Goiás, São Paulo e Minas Gerais, segundo a Conab, somando 90%, 12% e 62% das respectivas áreas. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.