25/Jan/2023
Dois meses após autorizar as importações de milho do Brasil, a China comprou do país mais de 1,1 milhão de toneladas do grão em 2022. A expectativa é que os embarques ganhem corpo neste ano, com as vendas ao país asiático alcançando entre 3 e 5 milhões de toneladas, o que colocaria o Brasil no pódio dos principais vendedores à China. O Brasil será um dos três maiores fornecedores da China já em 2023, atrás da Ucrânia e dos Estados Unidos. O Brasil pode ultrapassar a Ucrânia, mas depende muito do desenvolvimento da guerra com a Rússia. A Ucrânia teria milho para seguir como segundo neste ranking, mas se vai conseguir embarcar para a China é uma questão instável e sem definição. Das 18 milhões de toneladas de milho que os chineses vão importar neste ciclo 2022/2023, 15 milhões de toneladas devem vir dos Estados Unidos e 3 milhões de tonelada da Ucrânia.
O Brasil pode exportar entre 2 e 3 milhões de toneladas. A China vem de três anos seguidos de corte nas importações e tem uma previsão de safra recorde. O volume de vendas do Brasil vai depender dessa confirmação de colheita na China. A oferta vai ser deslocada dos Estados Unidos para o Brasil. Desconsiderando os efeitos da guerra sobre as exportações de milho da Ucrânia, a China dificilmente deixará de comprar o grão do país do Leste Europeu dada as facilidades logísticas das aquisições. A Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) evita fazer projeções para as vendas externas do grão. Ainda assim, o potencial das importações da China pode desbalancear o mercado. Com o Brasil tendo disponibilidade de milho, ele vai atender essa demanda que vem da China. Mas, a China não deve vir com muita agressividade de compras em 2023, pois sabem que se fizerem isso podem inflacionar o preço, principalmente pelo cenário de menor oferta na Ucrânia e nos Estados Unidos.
Na hipótese de a China comprar grandes quantidades do Brasil, cerca de 1 milhão de toneladas por mês, haveria uma preocupação com os estoques internos de grandes regiões produtoras. A China pode impactar o mercado se entrar com muita força nas importações. Não vai faltar milho, mas de uma estimativa de exportação de 40 milhões de toneladas, 30 milhões de tonelada já estão negociadas. Isso quer dizer que quem deixar para comprar depois vai ter que buscar em regiões do interior, e vai acabar pagando mais caro, e com a dificuldade logística, pode ficar inviável. Segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil deve exportar 47 milhões de toneladas de milho na temporada 2022/2023, 500 mil toneladas a mais na comparação com a safra anterior. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.