20/Jan/2023
Na safra 2022/2023, iniciada em abril passado, as indústrias de etanol de milho migraram a produção de hidratado, vendido diretamente ao consumidor final, para o etanol anidro, que é adicionado à gasolina. A União Nacional do Etanol de Milho (Unem) relaciona a mudança à perda de competitividade do etanol frente à gasolina, consequência da desoneração dos combustíveis no Brasil e das políticas tributárias. Ao equiparar a carga tributária dos biocombustíveis com a gasolina, o governo federal fere preceitos legais e desestabiliza toda cadeia produtiva, inclusive trazendo insegurança para os investidores. A entidade estima que houve redução de 8,6% no total de hidratado na safra e aumento de 17,1% na produção do anidro.
Foram produzidos pelas indústrias do etanol de milho 1,72 bilhão de litros de anidro e 2,67 bilhões de litros de hidratado. O levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) no início da safra 2022/2023 apontava para uma produção de 1,47 bilhão de litros de etanol anidro e de 2,92 bilhões de litros de etanol de milho hidratado. O aumento de consumo de gasolina frente ao etanol força a demanda por etanol anidro, diminui a oferta de hidratado na entressafra da cana-de-açúcar, estimula a importação de gasolina e, com isso, cria um "círculo vicioso" de diminuição da competitividade do biocombustível frente ao combustível fóssil, além de gerar fuga de divisas. Outro ponto é com relação ao consumo de um combustível de matriz energética fóssil, não renovável e altamente poluente.
Entre os meses de maio e outubro de 2022, foram produzidos 358 milhões de litros de etanol de milho em média por mês. E entre novembro de 2022 e abril 2023, este volume tende a ser de 372 milhões de litros por mês. Nas últimas cinco safras, a produção de etanol de milho no Brasil aumentou 450%, passando de 790 milhões de litros na temporada 2018/2019 para 4,39 bilhões de litros na safra 2022/2023. Neste período, o processamento de milho pelo setor passou de 1,47 milhão de toneladas para 10,1 milhões de toneladas. A produção nacional do grão também aumentou neste intervalo, de 100 para 125 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.