20/Dez/2022
A demanda exportadora por milho deve ser retomada nas próximas semanas no spot. As regiões portuárias da Ucrânia e preocupações com a seca na Argentina trazem compradores externos ao Brasil. Assim, pode ser que, após a calmaria nas negociações dos últimos dias, o mercado volte a se movimentar. Nos primeiros sete dias úteis de dezembro, foram exportadas 1,510 milhão de toneladas de milho, ou 44% do volume embarcado em dezembro de 2021. Atentos a esse cenário, os vendedores pedem preços maiores nas negociações no interior do País. Outro fator altista para o preço do milho no início do ano diz respeito à colheita abaixo da expectativa da safra de verão no Rio Grande do Sul por causa de intempéries climáticas. As lavouras de milho da 1ª safra 2022/2023 no Rio Grande do Sul estão sendo afetadas por condições climáticas adversas.
A irregularidade das chuvas no Estado gaúcho durante a segunda quinzena de novembro e ao longo das primeiras semanas de dezembro, momento considerado crucial para a determinação do potencial produtivo das lavouras em muitas regiões, acabou acarretando perdas de produtividade. Nos últimos dias, o Estado chegou a receber chuvas, mas não de forma generalizada. Algumas regiões apresentaram certa recuperação, mas outras não. A região noroeste do Estado é a que se encontra em uma situação mais crítica nesse momento, dado o estado fenológico da cultura. Será importante acompanhar as condições climáticas no restante de dezembro, visto que o Rio Grande do Sul ainda depende de boas chuvas para finalização da safra, já que as regiões de plantio e desenvolvimento tardio podem sofrer com adversidades climáticas.
Ainda na Região Sul do País, no norte do Paraná saem negócios por R$ 84,00 por saca de 60 Kg para embarque em janeiro no entorno de Maringá, com pagamento em fevereiro, para atender à demanda de indústrias. No disponível, com pagamento em 30 dias, os compradores oferecem R$ 83,00 por saca de 60 Kg, enquanto os vendedores pedem R$ 85,00 por saca de 60 Kg. Para exportação, o interesse de compra se concentra agora no segundo semestre do ano que vem, quando entrará no mercado a 2ª safra 2023. No Porto de Paranaguá, é possível fechar negócios por R$ 84,30 por saca de 60 Kg para entrega em julho e pagamento no fim de agosto, R$ 84,70 por saca de 60 Kg para entrega em agosto e pagamento no fim de setembro e R$ 85,20 por saca de 60 Kg para entrega em setembro e pagamento no fim de outubro. Há negócios por R$ 87,80 por saca de 60 Kg para entrega em outubro e pagamento em 30 de novembro, R$ 89,10 por saca de 60 Kg para entrega em novembro e pagamento no fim de dezembro de 2023 e até R$ 92,20 por saca de 60 Kg para entrega em dezembro do ano que vem e pagamento no fim de janeiro de 2024.
Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, a divergência de preços entre a ponta compradora e vendedora impede a efetivação de negócios. Os compradores propõem R$ 73,00 a R$ 74,00 por saca de 60 Kg FOB, com retirada em janeiro e pagamento também em janeiro, mas o vendedor pede, no mínimo, R$ 80,00 por saca de 60 Kg. Para a 2ª safra 2023, a indicação do comprador gira entre R$ 68,00 a R$ 70,00 por saca de 60 Kg FOB, com retirada em agosto e pagamento até setembro. A negociação da 2ª safra segue travada, porque os produtores seguem temerosos de efetivarem muitas vendas antecipadas e depois não terem como honrar a entrega por causa de eventuais quebras de safra, como ocorreu em 2019/2020. O clima segue instável na região de Dourados, o que aumenta os temores do produtor quando chegar o período do plantio da 2ª safra, no ano que vem. Somente em fevereiro ou março os produtores deverão vender alguma parcela com antecedência.
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.