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08/Dez/2022

Preço em desacordo entre agentes limita negócios

O desacordo sobre preços entre compradores e vendedores persiste nas regiões produtoras do País. Assim, praticamente não ocorrem acordos no spot do milho, nem para o mercado interno nem para exportação. Os negócios com milho têm se limitado a lotes pontuais, mais por necessidade de venda do que de compra. Outro motivo que estimula o produtor a reter o grão disponível no silo são notícias do atraso no plantio da safra de verão (1ª safra 2022/2023) na Região Sul do País. Atrasando o plantio, o grão não estará disponível no momento em que comprador vislumbra, o que pode valorizar a safra já estocada, ainda do ciclo 2021/2022.

Em Mato Grosso, na região de Dourados, as negociações estão travadas, tanto no mercado spot quanto em relação às vendas antecipadas da 2ª safra de 2023. No spot, os compradores indicam R$ 75,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em dezembro e pagamento em 30 dias. Os vendedores indicam entre R$ 77,00 e R$ 78,00 por saca de 60 Kg em iguais prazos e condições. Os preços estão estáveis e, sem nenhuma ponta ceder quanto às cotações, não há registro de acordos. Quanto ao milho da 2ª safra de 2023, a discordância em relação aos preços também persiste, com comprador indicando R$ 73,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em junho e pagamento dentro do mesmo mês. O vendedor indica no mínimo R$ 75,00 por saca de 60 Kg.

No Paraná, na região oeste, os compradores indicam R$ 82,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em 60 dias, valor abaixo do interesse de venda (de R$ 84,00 a R$ 90,00 por saca de 60 Kg). Parte dos compradores já adquiriu volumes a preços mais altos nas últimas semanas e agora não apresenta indicações. Alguns compradores estão trazendo milho do Paraguai, que chega mais barato do que o brasileiro na região oeste. Os compradores apostam na necessidade de vendedores de desovar estoques no começo do ano que vem. Mas, no início de 2023, a logística preferencialmente é destinada ao escoamento da soja, e os fretes ficam mais caros, então alguns vendedores planejam negociar somente a partir de maio, na expectativa de alta de preço antes da entrada da 2ª safra de 2023.