ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

05/Dez/2022

Tendência é de preços estáveis do milho no Brasil

A tendência é de preços estáveis para o milho no mercado brasileiro, com cotações futuras sustentadas em Chicago e forte ritmo das exportações brasileiras em 2022. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros para 2023 oscilam no intervalo entre US$ 6,00 a US$ 6,60 por bushel, ligeiramente acima ao visto na semana anterior, que foi de US$ 6,10 a US$ 6,70 por bushel, e bem superior à média histórica dos últimos 10 anos de US$ 4,48 por bushel. Mesmo diante da queda nos preços do milho nos portos, pressionados pela menor paridade de exportação, os embarques nacionais seguem aquecidos, e há sinalização de movimento intenso nas próximas semanas. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), saíram dos portos brasileiros em novembro 6 milhões de toneladas de milho, mais que o dobro (153%) do volume embarcado em novembro/2021 e acima da quantidade estimada pela Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), que era de 5,94 milhões de toneladas.

As recentes negociações nos portos brasileiros ocorrem em um cenário de preocupações com a oferta mundial, devido à seca na União Europeia e na China, com as tensões no Mar Negro, em função dos conflitos entre a Rússia e a Ucrânia, e com o clima na América do Sul, sobretudo na Argentina. A Comissão Europeia reduziu a estimativa de colheita na atual temporada no continente, para 53,3 milhões de toneladas em novembro, contra 54,9 milhões em relatório divulgado em outubro. As importações na safra 2022/2023 subiram, de 22 milhões de toneladas em outubro para 23 milhões de toneladas em novembro. Demandantes chineses, atentos à produção nacional e às dificuldades nas negociações no Mar Negro, têm se direcionado ao Brasil. Na América do Sul, apesar do bom andamento da safra de verão (1ª safra 2022/2023) no Brasil, a semeadura está atrasada em relação à temporada anterior. No caso da Argentina, a falta de chuvas tem diminuído o ritmo dos trabalhos de campo e tem deixado agentes atentos.

No entanto, especificamente nos últimos sete dias, os compradores, influenciados pelas baixas dos preços externos e do dólar, estão reduzindo o interesse em novas negociações. Assim, a liquidez é baixa e os preços apresentam recuo. Os preços médios do milho nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP) são de R$ 87,56 por saca de 60 Kg e de R$ 87,35 por saca de Kg, respectivas quedas de 2,8% e de 4,1% nos últimos sete dias. Apesar de os preços no mercado brasileiro terem apresentado o mesmo comportamento dos portos nos últimos sete dias, situações pontuais de compradores relatando dificuldades em adquirir novos lotes elevam as cotações em algumas regiões consumidoras. Assim, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) registra avanço de 0,2% nos últimos sete dias, a R$ 86,00 por saca de 60 Kg. No entanto, em importantes regiões produtoras do Centro-Oeste, como Dourados (MS), Rio Verde (GO) e Sorriso (MT), os preços estão pressionados.

Nos últimos sete dias, os valores registram baixa de 1,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,3% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, com o desenvolvimento satisfatório do milho safra de verão (1ª safra 2022/2023), os contratos para 2023 apresentam desvalorização. O vencimento Janeiro/2023 tem queda de 2,0% nos últimos sete dias, a R$ 88,35 por saca de 60 Kg e o Março/2023, -1,9%, a R$ 91,50 por saca de 60 Kg. Nos Estados Unidos, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana encerrada em 24 de novembro, foram vendidas apenas 602,7 mil toneladas do cereal, sem a presença da China nas aquisições. No Brasil, a semeadura da safra de verão (1ª safra 2022/2023) no Brasil está na reta final em muitas regiões, e o desenvolvimento está satisfatório. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os trabalhos de campo somam 68,6% da área nacional, avanço semanal de 6%, mas ainda 7% abaixo do verificado no mesmo período da temporada 2021/2022.

No Paraná, com 99% da área implantada, 90% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 9%, em floração e 1% está em germinação. No Rio Grande do Sul, a semeadura de milho alcança 84% da área estimada, avanço de apenas 2% nos últimos sete dias. O baixo ritmo dos trabalhos de campo se deve à baixa umidade dos solos, além da prioridade com os trabalhos envolvendo outras culturas, como soja. A irregularidade do volume de chuvas em novembro também preocupa os produtores, já que o atual período de início do processo reprodutivo demanda mais água. Na Argentina, segundo relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, apesar do clima seco, os produtores avançaram com a semeadura, que atingiu 25,4% da área esperada, avanço de 1,6% em relação à semana anterior, mas ainda 5,7% atrasada em relação à temporada anterior. Nos Estados Unidos, a colheita foi finalizada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.