ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

01/Dez/2022

Preços do milho estáveis com negociação travada

A comercialização de milho no spot segue praticamente travada nas regiões produtoras do País. Ainda há temores em relação ao embarque efetivo do grão por causa de eventuais bloqueios nas estradas, seja por questões políticas (manifestantes que não aceitam a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva); tributárias (no Paraná, o agronegócio se movimenta contra a possível taxação do setor proposta pelo governo estadual) e físicas, após deslizamento de terra por excesso de chuvas sobre a BR 277, a principal rodovia de acesso aos portos de Paranaguá e Antonina (PR).

Tanto a ponta compradora quanto a vendedora receiam carregar o grão e ele não chegar ao destino final. Além disso, a forte demanda exportadora verificada até a primeira quinzena de novembro dá sinais cada vez mais claros de arrefecimento. Outro fator ao qual o mercado segue atento diz respeito à formação da equipe econômica do governo eleito, já que, a depender dos nomes que ocuparão os comandos das pastas econômicas, o câmbio pode responder positiva ou negativamente, e se refletir nas exportações ou não de milho.

Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, há desacordo sobre preços entre compradores e vendedores. Os compradores indicam R$ 75,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada e pagamento em dezembro, mas os vendedores estão firmes em R$ 78,00 por saca de 60 Kg, em iguais prazos e condições. Para a comercialização antecipada do milho 2ª safra de 2023, os compradores indicam R$ 70,00 por saca de 60 Kg FOB Dourados, para entrega em julho e pagamento em agosto de 2023, mas os vendedores desejam R$ 75,00 por saca de 60 Kg FOB.

No Paraná, na região norte, a indústria indica entre R$ 85,00 e R$ 87,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. A variação de preço entre as indicações está relacionada aos bloqueios em retaliação à proposta de tributação do agronegócio no Estado. Há produtores bloqueando a frente de cooperativas e comerciantes. Além disso, a dificuldade de acesso ao Porto de Paranaguá por causa de deslizamentos causados por chuvas atrapalha a negociação para exportação.

De modo geral, problemas e incertezas domésticos têm contribuído para deixar mais lentas novas negociações do cereal para envio ao exterior. Para exportação, a indicação no Porto de Paranaguá é de R$ 90,00 por saca de 60 Kg, para entrega em dezembro e pagamento no fim de janeiro; R$ 89,60 por saca de 60 Kg, para entrega em janeiro e pagamento no fim de janeiro; e R$ 90,40 por saca de 60 Kg, para entrega em janeiro e pagamento no fim de fevereiro. Para a 2ª safra de 2023, a indicação é de R$ 88,50 por saca de 60 Kg, para entrega em julho e pagamento no fim de agosto.