10/Nov/2022

Segundo o Rabobank, a demanda por milho para produção de etanol no Brasil deve crescer 35% na safra 2022/2023, sustentada pelo aumento de 52% da capacidade de produção das usinas. Não foi detalhado o volume específico a ser consumido pelas usinas, mas a previsão para o consumo doméstico total do cereal no Brasil no ano que vem está entre 79 e 82 milhões de toneladas, acima dos 77 milhões de toneladas em 2022. O Rabobank também projeta para a safra 2022/2023 incremento do consumo de milho para ração tanto para a produção de carne de frango como de carne suína. Com relação às exportações brasileiros de milho, a projeção é de um volume superior a 45 milhões de toneladas em 2023, aumento de 3 milhões de toneladas em relação ao exportado em 2022.

Neste cenário, é esperada uma recomposição dos estoques de milho no Brasil de 14%, se comparado aos de 2021/2022. Chama a atenção o fato de que, apesar da colheita recorde esperada de 115 milhões de toneladas na safra 2021/2022 (1ª e 2ª safras), 26 milhões de toneladas acima do ciclo anterior, a comercialização no País segue atrasada ante igual período de 2021. Por essa razão e pelas elevadas cotações do frete, as exportações brasileiras de milho não atingiram os níveis esperados inicialmente, cenário que pode mudar no último trimestre de 2022. Isso porque os quatro maiores exportadores globais do cereal vêm apresentando desafios para embarcar o produto. Nos Estados Unidos, a razão é o baixo calado no Rio Mississippi.

Na Ucrânia, a irregularidade das exportações de milho decorre das tensões entre o país e a Rússia. A Argentina também apresenta redução do volume embarcado de milho. Os desafios podem beneficiar as exportações brasileiras de milho durante os últimos meses de 2022 e reduzir as estimativas dos estoques finais no ciclo 2021/2022 no Brasil. As cotações do milho na Bolsa de Chicago em outubro ficaram 1% acima das de setembro e 28% mais altas do que em outubro de 2021. O conflito entre Rússia e Ucrânia afetou significativamente as cotações dos cereais no mercado internacional, dada a relevância desses países para o suprimento internacional de milho e trigo. Sobre a produção de milho no Brasil em 2022/2023, a perspectiva é de aumento de 4,6% da área total plantada no País, somando a área cultivada na safra de verão (1ª safra 2022/2023) e na 2ª safra de 2023, chegando ao recorde de 22,6 milhões de hectares.

O avanço refletirá os elevados preços de milho associados às margens recordes obtidas pelo produtor rural no Brasil. Vale destacar que a 2ª safra de 2023 terá aumento mais expressivo de área que o milho safra de verão (1ª safra 2022/2023), já que este último deve manter a área plantada durante o ciclo 2021/2022. Assumindo a linha de tendência para a produtividade, a estimativa é de uma produção total na temporada 2022/2023 de 126 milhões de toneladas. A Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) indica um enfraquecimento do fenômeno La Niña no primeiro trimestre de 2023, o que pode beneficiar o desenvolvimento do milho 2ª safra de 2023, especialmente nas regiões tradicionalmente mais prejudicadas pelo fenômeno climático. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.