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07/Nov/2022

Tendência baixista para preços do milho no Brasil

A tendência é de estabilidade, com viés baixista para os preços do milho no mercado brasileiros, de um lado, com as cotações futuras sustentadas em Chicago e exportações brasileiras muito aquecidas. As quebras na safra 2022/2023 dos Estados Unidos e da Europa e as dificuldades de embarques pela Ucrânia seguem abrindo mercados para o grão brasileiro. As exportações brasileiras de milho registram expressivo crescimento de 118% entre janeiro e outubro de 2022, ante o mesmo período do ano anterior. As exportações brasileiras de milho atingiram a marca de 31,685 milhões de toneladas entre janeiro e outubro deste ano. Considerando o ano comercial 2021/2022, que vai de fevereiro/2022 a janeiro/2023, as exportações somam 29,132 milhões de toneladas entre fevereiro e outubro de 2022. Restam, portanto, mais 3 meses para encerramento do ano-safra (novembro, dezembro e janeiro).

Caso o ritmo de embarques se mantenha próximo da média dos últimos três meses, que foi 7,1 milhões de toneladas, as exportações têm potencial para atingir a marca de 50 milhões de toneladas, bem acima do projetado pelos agentes de mercado. O potencial para superar 40 milhões de toneladas embarcadas parece bem plausível. Se alcançada essa marca, os estoques de passagem, em 1º de fevereiro de 2023 recuariam para apenas 6 milhões de toneladas, equivalentes a cerca de 30 dias de consumo interno. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros para 2023 oscilam no intervalo entre US$ 6,25 a US$ 6,85 por bushel, muito próximo da faixa da semana anterior, que foi de US$ 6,20 a US$ 6,90 por bushel, e ainda bem superior à média histórica dos últimos 10 anos de US$ 4,48 por bushel. Por outro lado, a forte queda do dólar impede uma reação dos preços internos na mesma proporção do que ocorre com os futuros em Chicago. Na sexta-feira (04/11), o dólar recuou 1,24%, para R$ 5,06, o menor valor de fechamento deste 29 de agosto (R$ 5,03).

Com isso, a moeda encerra a primeira semana após a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida presidencial com baixa acumulada de 4,49%. Os preços do milho estão em baixa no mercado brasileiro, pressionados pelo baixo ritmo de negócios. Os bloqueios em rodovias nacionais na semana passada dificultaram o escoamento do cereal e levaram os consumidores a utilizar a mercadoria em estoques, em detrimento de realizar novas aquisições. Os vendedores, apesar das preocupações com os prazos de entrega, devido às paralisações, seguem com os estoques de passagem elevados e flexíveis nas negociações. Esse contexto e a proximidade da entrada da safra verão (1ª safra 2022/2023), que, até o momento, está com semeadura e desenvolvimento satisfatórios, podem resultar em quedas mais intensas nos preços. Na região consumidora de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&F registra recuo de 0,7% nos últimos sete dias, a R$ 84,76 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, as baixas são de 0,4% no mercado de lotes (negociações entre as empresas) e de 1,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). As regiões produtoras também registram desvalorizações no mercado disponível, principalmente no Paraná e no Centro-Oeste. No oeste e norte do Paraná, as quedas nos preços do milho são de 0,7% e 1,3% nos últimos sete dias. Em Rondonópolis (MT), a milho tem baixa de 1,0% no período. Na B3, devido ao baixo ritmo de negócios, os vencimentos Novembro/2022 e Janeiro/2023 registram quedas de 0,4% e 1,6%, a R$ 86,07 por saca de 60 Kg e R$ 89,81 por saca de 60 Kg. Nos portos brasileiros, os volumes embarcados seguem em alta, refletindo os negócios realizados antecipadamente. Na semana passada, especificamente, o acesso aos portos esteve limitado até a quinta-feira (03/11). Nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), os preços têm recuo de 1,6% e 0,9% nos últimos sete dias, indo a R$ 88,75 por saca de 60 Kg e R$ 89,33 por saca de 60 Kg, respectivamente.

Apesar das recentes desvalorizações, as cotações nos portos seguem atrativas aos vendedores brasileiros, tendo em vista que operam acima do registrado no interior do País. As importações caíram 30% entre outubro/2022 e o mesmo mês de 2021, totalizando, neste ano, 350 mil toneladas. No campo, as chuvas intercaladas com dias quentes permitiram o avanço da semeadura em boa parte das regiões produtoras de safra de verão (1ª safra 2022/2023), que chegou, até o dia 29 de outubro, a 39,9% da área nacional, avanço de 4,1%, segundo a Companhia de Comércio Exterior (Conab). No Paraná, a semeadura somava 91% da área estimada até o dia 31 de outubro, contra 82% na comparação com a semana anterior. Do cereal que está semeado, 86% estão em condições boas, 13%, em médias e apenas 1% está em situação ruim. No Rio Grande do Sul, as lavouras de milho apresentam ótimo desenvolvimento e já iniciaram o processo reprodutivo.

O relatório do dia 3 de novembro indica que 76% da área destinada ao plantio da safra de verão (1ª safra 2022/2023) já foi semeada, avanço de 3% na comparação com a semana passada. Em São Paulo, os trabalhos de campo não registraram avanços entre os dias 23 e 29 de outubro, se mantendo em 12% da área. Em Santa Catarina, o progresso foi de 7%, chegando a 85%. Na Argentina, o ritmo da semeadura segue lento, apesar do retorno das chuvas e da melhora da umidade do solo. Até o dia 3 de novembro, 22,9% da área nacional havia sido semeada, avanço de apenas 1,1% em relação à semana anterior e ainda 5,5%. inferior ao desempenho do ano passado. No início da semana passada, contudo, geadas atingiram as regiões onde as lavouras apresentavam desenvolvimento mais avançado, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que 76% das lavouras norte-americanas já haviam sido colhidas até o dia 30 de outubro, progresso de 15% em relação à semana anterior e 12% acima da média dos últimos anos, de 64%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.