24/Ago/2022
Apesar do estágio avançado da colheita do milho 2ª safra de 2022 no Brasil, os produtores do cereal têm restringido bastante a oferta do produto, na tentativa de conseguir preços mais altos. Vendem por determinado valor e, pouco tempo depois, passam a indicar mais para voltar a negociar. Esse movimento tem feito com que o cereal pouco se desvalorize, mesmo durante a colheita. Os compradores, na outra ponta, também atuam para conter uma alta acentuada: quando os futuros sobem na Bolsa de Chicago, geralmente reduzem os prêmios incluídos no preço. Assim, o que se vê são negócios momentâneos e períodos de menor movimentação.
O frete alto também tem influenciado os negócios, viabilizando a comercialização de bons volumes em determinada região e dificultando em outras. Em Mato Grosso, na região de Sinop, os preços indicados para exportação estão estáveis, reflexo do câmbio e da retirada de prêmios por parte de compradores. Os produtores estão restringindo a oferta e indicam R$ 70,00 por saca de 60 Kg. Os preços indicados por consumidores domésticos, da própria região ou de outros Estados, não têm chegado aos níveis propostos por tradings. Os compradores de São Paulo indicam R$ 55,00 por saca de 60 Kg FOB, para pagamento antecipado e retirada imediata. Indústrias locais indicam até R$ 65,00 por saca de 60 Kg (para quem é de cooperativa), porém com embarque em novembro e pagamento em dezembro, prazo que não atrai os produtores.
A comercialização antecipada da 2ª safra de 2023 continua parada. A referência de compra tem se mantido ao redor de R$ 51,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em julho e pagamento em agosto do ano que vem. No Paraná, na região dos Campos Gerais, os exportadores indicam entre R$ 83,00 por saca de 60 Kg, para retirada em setembro e pagamento no fim de setembro ou R$ 88,00 por saca de 60 Kg no Porto de Paranaguá. Mas, os vendedores indicam R$ 85,00 por saca de 60 Kg. No mercado interno, consumidores de menor porte locais e de Santa Catarina não apresentam indicações firmes. Na região norte do Paraná, não há interesse de compra e venda. Para a safra de verão (1ª safra 2022/2023), não há indicações de compra ou venda.