23/Ago/2022
Os compradores de milho estão originando volumes para exportação em alguns Estados, incluindo regiões onde o cereal colhido foi armazenado a céu aberto. Tal situação tem levado parte dos produtores a se desfazer da produção que está fora de silos e armazéns e, na semana passada, propiciou a negociação de grandes lotes na Região Centro-Oeste. Mas, o desacordo sobre preços entre vendedores e consumidores continua. Uma parcela dos produtores ainda opta por esperar altas mais acentuadas dos preços, enquanto os compradores calibram os avanços das cotações na Bolsa de Chicago com cortes nos prêmios pagos pelo grão brasileiro.
Em Mato Grosso do Sul, há registro de negócios para exportação a R$ 72,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em setembro e pagamento em 30 dias. Os preços estão avançando, mas são limitados pela baixa nos prêmios. As empresas do mercado interno estão voltando ao mercado, mas só efetuam compras pontuais. Há registro de negócios pelos mesmos preços pagos por tradings para exportação. A comercialização antecipada da 2ª safra de 2023 continua parada. Os compradores indicam R$ 83,00 por saca de 60 Kg CIF no Porto de Paranaguá, para embarque em fevereiro do ano que vem e pagamento em março, o equivalente a R$ 65,00 por saca de 60 Kg FOB Dourados, mas os produtores estão retraídos.
No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, a negociação está travada há mais de 30 dias. Granjas e indústrias estão se abastecendo com milho importado. A indicação de compra está entre R$ 90,00 e R$ 92,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 35 dias. Na região da Serra Gaúcha, os compradores indicam entre R$ 95,00 e R$ 96,00 por saca de 60 Kg, para entrega imediata e pagamento em 40 dias. Os vendedores, contudo, buscam R$ 100,00 por saca de 60 Kg no mínimo. Há rumores de que granjas e indústrias estão se abastecendo com milho da Região Centro-Oeste. O frete varia entre R$ 535,00 e R$ 565,00 por tonelada e o cereal chega por volta de R$ 90,00 e R$ 92,00 por saca de 60 Kg ao Estado.